O Papa fez silêncio e o “incómodo” instalou-se

Pedro Mendes // Maio 16, 2017
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O Papa fez silêncio durante 8 “longos” minutos e levou milhares de pessoas no recinto de Fátima a “pararem”.

Para quem exercita regularmente meditação, este silêncio foi recebido como uma lufada de ar fresco! Mas a grande maioria dos meios de comunicação não soube o que fazer com “aquilo”, tentando encher aquele vazio (que de vazio nada tem, muito pelo contrário) como se fosse incómodo, ou como se fosse suposto um líder espiritual como o Papa inundar a multidão de palavras ou sermões. Não o fez. Surpreendeu porque rezou. Porquê?

Na prática de Yoga subentende-se que quem é facilitador da prática de outros (professor, instrutor, mestre ou o que lhe queiram chamar) tem de praticar e desenvolver a sua viagem interior de forma constante e com os mesmos moldes que a transmite! Por isso, quando vejo alguém a dar este tipo de exemplos, tento em primeiro lugar respeitar esta capacidade de viajar ao interior e em segundo lugar tento colocar-me também nessa viagem ao interior (que só o silêncio permite que aconteça).

No caso dos católicos é rezar, no meu caso é meditar. Mas que o efeito é o mesmo, disso tenho a certeza.

Meditar (de uma forma muito básica e simplista) é a capacidade de focarmos a nossa mente no “objeto”. Colocarmos o foco em alguma coisa da nossa escolha e não estarmos à mercê de todo e qualquer estímulo (externo ou até mesmo interno – emoções por exemplo) devolve-nos capacidade e controlo.

A capacidade do ser humano se abstrair de si mesmo – sair do nosso contorno (ego) na direção de alguma coisa – e conectar-se com algo diferente de si ou superior (muitas vezes abstrato, outras vezes na materialização de alguma divindade ou capacidade, como é o caso da respiração na meditação ou rezar por exemplo) torna a nossa existência e evolução mais completa, com significado! Principalmente (no caso do Papa em Fátima), quando 1 pessoa sozinha consegue manter milhares de outras a fazer uma viagem na direção da abstração de si mesmas, em grupo, numa forma surpreendentemente simples e incomparável de socialização:

ESTAR.

ESTAR VERDADEIRAMENTE.

Estar a viver aquele momento, a viver o presente!

E é isso.

É isso que o Yoga tenta transmitir e que o Papa fez tão bem, dando o EXEMPLO!

Faça Yoga, reze, corra, o que lhe der mais prazer, mas embarque no maravilhoso mundo da introspeção.

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