Este é o tema que escolhi para o mês de Fevereiro. E porquê? Porque é aquilo que mais nos é exigido nos dias de hoje. A nossa vida muda constantemente.
Já percebemos que com a COVID-19 não vale a pena fazer planos mais ambiciosos do que para as 24h seguintes. Isto é algo estranho para nós.
O ser humano precisa de um mínimo olímpico de segurança e previsibilidade na sua vida.
A incerteza permanente gera-nos ansiedade e stress. A maior parte de nós já não arrisca fazer, antes de quinta-feira, planos para o fim-de-semana. Sabemos que devemos estar quase a passar de epidemia a endemia, onde podemos recuperar algumas das rotinas mais simples e banais da vida, mas até lá, há que treinar a paciência e a perseverança. Até porque este quase, mudou várias vezes no calendário.
Os objetivos que traçámos para nós e para a nossa vida, provavelmente estão, para muitos, em banho Maria, à espera de melhores dias. Para outros, mais destemidos e perseverantes, estão apenas um pouco mais longe ou acessíveis por caminhos mais complicados. Desistir ou adiar, não é uma opção para estas pessoas e, por isso, reinventam-se e reinventam formas de lá chegar. São pessoas que se definem por estar em esforço constante para realizar os seus objetivos. A palavra impossível ou a expressão “não vale a pena”, nada lhes diz. Podem levar mais tempo a chegar onde querem, mas não desistem pelo caminho.
A perseverança tem coisas muito boas, entre elas a aprendizagem que se vai fazendo ao longo de um caminho que pode não ser curto.
Aqueles que não são perseverantes e desistem facilmente, são menos capazes e menos robustos, quando se deparam com uma adversidade.
Quando a minha filha era pequenina e desistia com facilidade de um objectivo, eu dizia-lhe: “Não desistas! Tens de tentar de novo e fazer de outra maneira! Nunca se desiste minha filha!”. E ela, irritada, respondia: “Eu não sou desistora!”. Uma expressão inventada por ela e que me fazia sempre rir. Tantas vezes treinei a Beatriz para não virar a cara às dificuldades, que hoje é ela que faz questão de ser perseverante. Até porque já confirmou por ela própria, que este é o único caminho válido para chegar onde queremos.
Nota: Fotografia por Verónica Silva