Liberdade com responsabilidade.
Foi assim que cresci e é assim que educo os meus filhos. O mais importante para os nossos filhos é terem espaço e liberdade para “cair” e “levantar-se”. Óbvio que com a nossa supervisão. E estarmos sempre por perto, com um sorriso e um abraço, para os amparar sempre! Este comportamento faz com que sejam mais independentes, mais seguros e que, na vida adulta, saibam lidar melhor com a frustração.
Se, pelo contrário, estamos sempre a amparar, a fazer tudo por eles (inclusive os trabalhos de casa), então como serão eles quando crescerem? São estes jovens adultos que surgem em consultório aos 20/30 anos, perdidos, sem objetivos, inseguros, sem saber o que fazer e como. Queres que o teu filho seja assim? Não. Então, não o super protejas. Acredita, isso não é bom para ele.
Sei que todos nós, os amamos incondicionalmente, que queremos protegê-los do mundo. Mas, a melhor proteção é liberdade com responsabilidade.
Uma “liberdade vigiada”
Ou seja, à medida que os miúdos vão provando serem responsáveis, vão tendo mais liberdade. Se não cumprirem as suas obrigações, então perdem a liberdade. Uma vez que mostram “ser meninos muito pequeninos”.
Há outra frase que os meus pais me diziam e que permanece na minha cabeça até hoje. É a seguinte: “Quando fizeres alguma coisa, pensa se vou gostar de saber. Se achares que não vou gostar, então é porque não é esse o caminho certo”. Isto obriga a pensar.
Sabemos que eles são o nosso espelho.
Então, se nós chegarmos a casa aos gritos – “Vai tomar banho… Já fizeste os trabalhos de casa?… Vai para cama… Vem para mesa… Lava os dentes…” – então, o que eles vão fazer? Negar, “já vou” e gritar tanto como nós.
Ao invés disso, experimenta chegar a casa, dar todo o colo, carinho e atenção do mundo. Verás que os resultados serão bem diferentes. Pois, se assim fizeres, eles sentem a tua atenção e o teu carinho, e concretizam as suas tarefas e obrigações baseadas na responsabilidade.
Eles vão tentar testar os limites? Sim, claro, todos o fazemos.
Mas, se responderes “a responsabilidade é tua, faz como achares melhor”, num tom baixinho, podes ter a certeza que eles cumprem.
Outra situação que os pais me pedem muito ajuda é nas questões das birras. Se eles fizerem birra e nós gritamos, castigamos, o que acontece? Pois é… a birra aumenta! Porque sentem que lhes estamos a dar atenção. Então, experimenta ignorar as birras e valorizares só o bom comportamento: “Muito bem, és muito simpática, emprestou brinquedo ao irmão”, “Que lindo o meu filho, foi para banho sozinho”, “Estou mesmo feliz, fizeste os trabalhos de casa sem eu pedir”. O elogio verdadeiro faz milagres. Todos gostamos de elogios.
O que precisam os nossos adolescentes e as nossas crianças?
Os nossos adolescentes e as crianças só precisam de regras base, bem firmes (sem ceder), de atenção, de serem ouvidos, de carinho, colo, amor, elogios sinceros, sorrisos e abraços fortes, para se sentirem felizes, confiantes e seguros para enfrentar o mundo lá fora. Sabem que ali, é o seu porto seguro.
Por isso, nunca digas ao teu filho….
- “Fazes tudo mal feito, estou farto de ti.”
- “És uma peste. Mau.”
- “És tão difícil para comer.”
- “Estás muito gordo, não podes comer mais.”
- “És um burro, não fazes nada de jeito.”
- “Assim, nunca vais ser ninguém na vida…”
- “Por este andar, nunca vais conseguir.”
- “Não vales nada, és um mal educado.”
Ele vai ouvir e vai acreditar!
Diz antes, pela positiva:
- “És super forte, conseguiste pedir desculpa!”
- “És bom amigo, partilhaste os teus brinquedos!”
- “És muito responsável, arrumaste o teu quarto, sem eu pedir!”
- “Tu consegues tudo o que queres, tens é de querer!”
- “És mesmo muito bom a cozinhar. Os teus pratos são deliciosos!”
- “Gosto muito de ti, és um lutador. Tiveste má nota hoje, mas de certeza que vais conseguir, para a próxima uma nota bem melhor” mesmo que ele tenha más notas!
- “Tu és forte, não desistas.”
- “Erraste, não faz mal, é a errar que aprendemos.”
E, assim, ele acredita.
“Tenho feito tudo ao contrário…”
É o que deves estar a pensar. Mas, não te sintas culpada/o. Lembra-te: “Hoje faço melhor que ontem e amanhã melhor que hoje”.
Se fores positiva/o, educas filhos confiantes, seguros com resiliência e capacidade para lidar com desafios e frustração.
Só fazemos os nossos filhos felizes, quando somos felizes!
Vamos mudar o comportamento? Se quiseres, eu ajudo.