Os homens também sentem

Tamar // Janeiro 9, 2023
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Somos seres emocionais, independentemente do género. A maneira como nos expressamos e como nos sentimos amados é que pode ser diferente. Tanto mulheres como homens caem no erro de esperar que os seus parceiros sintam, comuniquem e comportem-se tal como eles se comportam e ficam desapontados quando isso não acontece.  

Precisamos estar atentos aos papéis de género, não para os perpetuar mas para curar as relações e criar uma base sólida de segurança e confiança, a partir da qual podemos ser mais autênticos. Na área sexual, onde ainda prevalece o tabu e as inseguranças, esta evolução ainda faz mais sentido. 

A maneira como os homens respondem à parceira

Muitos homens foram impulsionados a agradar a mulher. A satisfação dela ativa-lhe a força e o poder. Dizem que sentem que o coração abre quando a parceira responde aos seus gestos e ações com apreciação. Dentre esses comportamentos, destaco: demonstrar carinho, sorrir, responder com palavras de apreciação e estar disponível para receber mais. O resultado é o coração abrir ainda mais para o desejo de amar e respeitar, escutar e valorizar. Além de alimentar a atração e o desejo sexual. 

Outra frase que escuto frequentemente dos homens para descrever o impacto da postura da parceira na cama é: “Ela estava lá mas não a senti”

O sexo não é só algo que se faz. É uma conversa, uma troca. 

O sexo não precisa apenas dos genitais. Precisa do coração envolvido. É a partir do coração que mostramos quem somos, sentimos a outra pessoa e a conexão acontece.

Como interfere o bloqueio no sexo da mulher?

As principais razões que levam a mulher a não estar ligada sexualmente são: 

  • Estar focada nos pensamentos – e não nas sensações corporais e de prazer, nem nos sentimentos presentes. Como costumo dizer: a cabeça no sexo deve servir apenas para imaginar cenários eróticos e fantasias excitantes;  
  • Não tomar a iniciativa sexual – por questões de educação que reprimiu a sexualidade feminina e pela crença de que o homem é que tem de tomar a iniciativa, a mulher fica “à espera”. O que observo em consulta é que este comportamento de retração da mulher, com o tempo, gera a reação de defesa do homem, o qual deixa também de tomar a iniciativa. Isto deve-se a questões de insegurança mas também do medo de forçar ou insistir com a mulher, pois não querem ser desrespeitosos; 
  • Não expressar excitação – é uma outra expressão da educação mas pode também sinalizar que a mulher, efetivamente, não está a sentir prazer. Sabe-se que a média de estimulação sensorial e erótica (os conhecidos preliminares) duram bem menos tempo do que a mulher precisa para atingir níveis de excitação capazes de gerar prazer intenso e profundo. E que os bloqueios que temos vindo a enunciar, cortam a capacidade do corpo desencadear as respostas de excitação;
  • Criticar – quando a mulher não está bem consigo mesma e/ou com a relação, há uma tendência para criticar mais do que apreciar. Recomendo, nestes casos, treinar a habilidade de, para cada crítica, apontar duas qualidades/elogios quando se dirigir ao parceiro, com o desejo de mudança na sua atitude ou comportamento. 

A nota principal que quero destacar é a da necessidade de mais compreensão dos mundos interiores de cada parceiro e das dificuldades que pode estar a enfrentar. 

Quando vivemos a Sexualidade de maneira consciente, as relações sexuais servem também para abrir um espaço na relação com mais empatia e conexão, capazes de gerar um laço de apoio e crescimento. 

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