Estes são tempos de profunda transição, estamos a mudar de pele, de perspectiva, de paradigma. O Mundo está a “morrer” para uma velha estrutura e aos poucos renasce para uma Nova Vida… Ainda não sabemos como será, mas uma coisa é certa, nada está como era antes, a mudança já está a acontecer.
Estamos a aprender outras formas de existir.
Sinto que a vida nos convida a um novo olhar e uma nova forma de estar, ou melhor, de Ser.
Há um convite:
- Para que possamos sair do quadrado e voltar ao círculo, à união;
- Para que possamos deixar de ver só o nosso próprio umbigo e começar a olhar à nossa volta com responsabilidade;
- Para que possamos encontrar um sentido para a vida, um propósito, uma missão;
- Para que possamos parar, olhar para dentro, fazer escolhas baseadas na nossa verdade.
Porém, como em todas as mudanças, em todas as mortes e renascimentos, há momentos mais duros, mais intensos, confusos… E este está a ser um desses momentos, sem dúvida. Mas já diz a sabedoria popular: “Não se fazem omeletes sem se partir ovos”, e, por vezes, temos de nos perder para nos encontrar, temos de desconstruir para voltar a construir, temos de deixar cair os véus da ilusão para viver de Verdade.
Há um convite claro da vida para nos libertarmos de tudo o que já não nos faz sentido e assumir a responsabilidade de viver a vida com propósito.
Mas tudo isso implica um processo de autoconhecimento, aceitação e amor-próprio. É uma grande responsabilidade ser livre. E nunca seremos realmente livres se não acolhermos as nossas feridas e sombras, se não mergulharmos. Na verdade, a sombra existe em nós como portal para a nossa cura e manifestação da nossa luz. Por isso…
Está tudo bem em não estar sempre tudo bem.
Quando olhamos com amor para a dor, acolhendo-a, entramos imediatamente no processo alquímico de cura. A dor passa a ser nossa aliada, leva-nos às profundezas do nosso ser e torna-se matéria-prima para transformar a nossa experiência em sabedoria.
Este é o início de uma nova Humanidade.
Costumo dizer que somos a geração de Magos e Alquimistas, os que escolheram viver a experiência humana neste momento da evolução, onde o nosso corpo e alma são o próprio canal da mudança. A missão é grande e o trabalho é árduo, ele depende de cada uma de nós, é como se estivéssemos a “parir-nos a nós mesmos” para que nasça uma nova Humanidade.
Estamos a aprender os caminhos do Amor.
Eu acredito que estamos nesta vida para aprender os caminhos do Amor, do amor-próprio, o amor ao próximo e por tudo o que vive.
Se neste momento te sentes perdida/o, sem rumo, sem sentido, sem propósito, pára, respira, fecha os teus olhos… Procura dentro de ti onde está o Amor, o que te deixa com um sorriso honesto de gratidão, o que te faz vibrar o coração, o que te adoça a alma. Onde encontrares essa sensação, fica, sente, pois é precisamente aí que começas a fazer o caminho de regresso a Ti.
Onde Há Amor, Há Caminhos. Sempre.
Nota: Fotografia por Joana Duarte