Obrigada pelo vosso abraço

Fátima Lopes // Dezembro 14, 2021
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abraço
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O lançamento do meu 8.º livro, “Encontrei o amor onde menos esperava”, aconteceu em Maio, em Monsaraz. Um lançamento muito diferente de todas as obras anteriores, porque foi fora de Lisboa, não teve os meus familiares presentes, nem o grupo habitual de amigos que nunca falha. Só a minha amiga Isabel Carvalho compareceu, por ter casa no Alentejo e estar lá em teletrabalho. 

Foi muito estranho apresentar a obra sem o meu clã familiar e sem ter na plateia, muitas caras conhecidas de pessoas convidadas por mim. 

O Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz actuou nesse dia, juntando-se pela primeira vez, depois da chegada da pandemia. Para mim foi uma honra e senti-me muito emocionada por isso. Eles também, porque tinham saudades de estar juntos e cantar. 

Nesse dia percebi que as apresentações deste livro seriam diferentes de tudo o que eu conhecia no passado. 

Em cada localidade poderíamos ter circunstâncias e realidades muito diferentes. Só teria de me adaptar a elas e dar o meu melhor. 

Foram 20 apresentações este ano. É verdade! 20! 

São muitas, se juntarmos a todos os outros projetos que tenho tido em mão, mais a vida familiar e pessoal. 

Percorremos milhares de kms. 

Eu e a Ana Amaral, da minha editora Planeta. Quando começámos a viajar juntas, mal nos conhecíamos. Hoje considero que somos amigas, porque já fizemos muitas partilhas sobre as nossas vidas. Já nos rimos muito juntas. Felizmente não nos falta sentido de humor. 

A pandemia dificultou a vida a todos os níveis, nomeadamente a presença das pessoas nas sessões. 

Primeiro por existir um número limite de pessoas a puderem estar presentes em cada sessão, depois porque o medo ganhou muito terreno e criou o receio de estarem juntas, por razões que todos conhecemos. 

Quando percebi que cada pessoa que comparecia numa apresentação do meu livro, tinha passado por muitos obstáculos, transformei as sessões em momentos de conversa e partilha. 

Sim, o livro era o mote, o motor da conversa, mas procurei ir mais além falando de tudo aquilo que cada plateia queria. Pelo meio existiu quase sempre um momento musical, de um artista da terra, para lembrarmos e valorizarmos aqueles que estiveram privados de exercer a sua arte, durante muito tempo. 

Em cada localidade, de norte a sul do país, fui recebida com carinho, respeito e um abraço. 

É curioso, porque não podendo abraçar fisicamente, como tanto gosto de fazer, senti-me abraçada e sei que os abracei também. 

Falaram-me muito de saudades. Das saudades que tinham de me ver. Percebi uma preocupação genuína, como aquela que temos com os “nossos”. E talvez não tenham ideia de quanto isso me fez bem. Fez-me sentir que estava tudo certo e que esta viagem pelo país era uma oportunidade para eu agradecer a este público maravilhoso, a sua generosidade e amor. 

Eu senti o amor dos que estavam presentes. 

Fechar o ano 2021, com a apresentação deste livro na minha terra natal, o Barreiro, é sentir que fechei com chave de ouro. 

Fechar com chave de ouro no Barreiro, a minha terra natal.

Tenho muito orgulho na minha terra, onde vivi até aos 20 anos. Lá me construí na pessoa que sou hoje. Regressar a casa e ser recebida de braços abertos foi o melhor presente que eu poderia ter nesta longa jornada de abraços e afeto.

Obrigada a todos. 

Nota: Fotografia por Verónica Silva

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