O café é uma das bebidas mais consumidas e apreciadas do mundo. Em 2016/2017 a produção mundial deu origem a cerca de 2,25 biliões de cafés consumidos diariamente. Há quem beba simplesmente pelo prazer do seu sabor, há quem não viva sem a ação estimulante que o café lhe traz.
Geralmente, o café é identificado como estimulante pelo alto teor que tem em cafeína, mas não é assim tão simples… A cafeína é um dos vários compostos bioactivos do café (mais de 800 substâncias).
Qual o benefício do café para a saúde?
Destes compostos bioactivos destacam-se os polifenóis que têm ação antioxidantes e que têm sido o alvo de estudo sobre o benefício do café para a saúde. A evidência científica sugere que a ingestão regular de café pode ter um efeito protector em várias doenças, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, obesidade, assim como na progressão de algumas doenças hepáticas.
Sabia que o método de fazer café altera o impacto que esta bebida tem no nosso colesterol?
No entanto, algumas destas substâncias presentes no café têm um efeito nefasto: aumento do nível de colesterol. A boa notícia é que se sabe que parte dessas substâncias ficam retidas no filtro de papel do café ou, por outro lado, podem manter-se presentes quando se ferve o café directamente na água (cafeteira de prensada ou de balão). Assim sendo, o método de fazer café irá alterar o impacto que esta bebida tem no nosso colesterol. Para quem tem dificuldade em controlar os seus níveis de colesterol talvez faça diferença trocar para um café de filtro ou outras soluções de cápsulas com filtro. O café expresso parece aumentar menos o colesterol que o café fervido diretamente na água.
“Quantos cafés posso beber por dia?”
Durante os últimos anos o café passou progressivamente para uma posição mais positiva no que toca aos seus efeitos para a saúde. O maior estudo de sempre sobre o impacto do café na mortalidade foi feito em 2012 e conclui que quem bebia café de foram regular tinha menos 10% risco de mortalidade. Mas o consumo deveria ser moderado e regular para se obter esse benefício: 2 a 4 chávenas de café/dia máximo e adaptado à condição de saúde individual.
Café ou descafeinado?
O efeito neuroprotector do café é já amplamente estudado e julga-se dever aos compostos polifenóis, como ácido clorogénico e ácido cafeico, e à trigonelina, presentes no grão de café. Estes parecem ser os mais promissores, em contraste com a cafeína, dando origem à hipótese de que talvez o descafeinado possa ter também esse efeito neuroprotector, mas ainda mais estudos serão necessários.
De acordo com a American Heart Association, o café filtrado pode aumentar o nosso foco, humor e rendimento desportivo.
“Será que posso beber café?”
Com certeza que o consumo de café não pode ser aconselhado de forma genérica uma vez que, por exemplo, tem um efeito bastante negativo para quem tem problemas de sono, assim como para quem refluxo gastro esofágico e glaucoma. Nas grávidas também deve ser desaconselhado o consumo ou pelo menos limitar a 200mg cafeína/dia, corresponde a um máximo de 1 café e meio. Mas, atenção que a cafeína tem outras fontes como o chá e chocolate.