Tenho lido, ouvido muitas pessoas dizerem que este ano foi para esquecer. Que foi um ano horrível, só coisas más aconteceram e por aí fora. Esta não é, de todo, a minha leitura, nem a minha perspectiva. Afinal, o que levamos de 2020?
Vejo sempre o copo cheio (nem é meio cheio) e encaro estes acontecimentos mundiais como grandes oportunidades de transformação, cura, evolução, mudanças de paradigma e mentalidades.
Acredito sempre que a solução está no problema.
Acredito que é perante as grandes crises que temos as maiores e mais poderosas transformações. Daquelas que nos levam para um outro nível, outra consciência. Daquelas que nos fazem dar verdadeiros saltos quânticos, quer ao nível individual, quer ao nível colectivo.
Então, o que levamos de 2020?
Tantos presentes preciosos. Tantas aprendizagens fundamentais:
- Libertar o controlo;
- Viver o momento presente;
- Pensar que as minhas ações têm sempre impacto sobre o próximo;
- É mais do que cuidar de mim, é também sobre cuidar do outro;
- A vida não é uma garantia;
- A natureza não é uma garantia e deve ser cuidada, amada e respeitada por todos nós;
- O amor, os abraços, as partilhas são a nossa maior riqueza;
- Aceitar que a vida pode mudar todos os nossos planos, porque há uma força maior que tem melhores planos para nós.
E esta lista poderia continuar. Mas, estas 8 alíneas já dão muito que pensar…
Vive hoje!
Fomos obrigados a rever o que de facto tem importância para nós. Fomos obrigados a sentir saudades dos abraços porque se calhar os tivemos como garantidos. Fomos obrigados a sentir falta da natureza porque nos esquecemos do seu poder sobre os nossos corpos (e mentes). Fomos obrigados a sentir falta dos nossos familiares e amigos porque se calhar achávamos sempre que poderia ficar para amanhã, e que amanhã teríamos tempo para desfrutar dos maiores tesouros da nossa vida. E até isto foi uma grande aprendizagem porque amanhã podes já não ter quem amas… Amanhã podes não ter a oportunidade de sair para a rua. Amanhã podes deixar de poder abraçar. Então, ama hoje. Abraça hoje. Vai para a natureza hoje. Vive hoje porque a vida é um estado de impermanência.
A vida é demasiado curta para ser pequena.”
Benjamin Disraeli