O que é ser saudável?

Joana Moreira // Abril 7, 2020
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não só como a ausência de doença, mas também como um completo estado de saúde física, mental e social.

Afinal, o que é ser saudável?

Eu acredito, por experiência e intuição, que “ser saudável” tem uma forma diferente para cada um de nós. 

A saúde assenta em quatro pilares – físico, mental, emocional e espiritual – e, dentro destes, encontramos as mais variadas vertentes da nossa vida. 

Não é só a alimentação e o exercício físico que nos mantém de boa saúde. É também importante ter em conta a forma como lidamos com as nossas emoções, a capacidade que temos em estar no momento presente por inteiro, a nossa ligação com a energia divina, a qualidade das nossas relações, a forma como nos sentimos na sociedade, entre muitos outros. E o grau de importância de cada uma destas vertentes é diferente para cada um de nós, tendo em conta o seu modelo do mundo, a sua classe social, os seus objetivos de vida.

Há muitas pessoas que têm uma alimentação exemplar, mas falta-lhes vitalidade por não se dedicarem a curar as suas feridas emocionais. Outros há que se ligam demasiado a uma crença religiosa e descoram as suas reais necessidades neste mundo, no aqui e no agora. E cabe a cada um nós questionar-se: “O que é, para mim e neste momento, ser saudável? Como é que eu me quero sentir? Quais os pilares da minha vida que tenho de trabalhar para me sentir como quero?”. De pouco adianta beber todos os batidos verdes, se não consigo manter relações saudáveis; de pouco nos serve sermos excepcionais no nosso trabalho, se não vivemos a nossa profissão com amor e real impacto no mundo.

Onde estou? Para onde quero ir?

Em coaching trabalha-se na base do modelo ‘onde estou vs. para onde quero ir’, e acredito que na saúde também se deva ter um olhar semelhante. 

A nossa saúde é, essencialmente, algo muito individual, pessoal, relativo. 

Quem és tu, neste momento? Para onde queres ir/o que queres sentir? E, por fim, o que precisas de transformar para te sentires assim?

A importância da nossa saúde mental

A saúde mental tem vindo a ganhar espaço na nossa sociedade, como um tema que se fala, cada vez mais, de forma aberta. E ainda bem que assim o é, porque a nossa mente tem a incrível capacidade não só de gerar doença, como de a curar

Emoções reprimidas cristalizam no corpo e geram doença, e quando olhamos para nós próprios de forma holística, integral, e conseguimos arrumar e limpar as nossas emoções, conseguimos não só prevenir essa cristalização como também a sua dissolução.

A importância da nossa alimentação

A nossa alimentação, apesar das redes sociais fazerem parecer que está cada vez mais saudável, carece de qualidade, de integridade e de honestidade. O que quero dizer com isto? A maior parte dos alimentos que consumimos provém de supermercados que, por sua vez, não fazem a sua seleção baseado na qualidade do ingrediente, mas, sim, no factor “custo”. Estes supermercados obtém os produtos que consumimos em fábricas ou através de produtores que produzem em massa (= perda de qualidade). Ou seja, estamos a consumir, cada vez mais, produtos que não são nem locais, nem sazonais, nem ricos em nutrientes. Na sua maioria processados, pois são de fácil acesso e amigos da preguiça e da “falta de tempo”, e só contribuem para a nossa contínua desnutrição.

Comemos em demasia porque aquilo que comemos carece de nutrientes e, como tal, temos de comer mais para suprir as nossas necessidades. E mesmo quando fazemos uma alimentação à base de produtos naturais, tendemos a consumir abacates que vêm do México, papaias que vêm do Brasil e kiwis que vêm da África do Sul. Uma boa alimentação tem em conta as estações do ano (o nosso corpo não está adaptado para comer mangas no Inverno), a qualidade dos produtos (que devem ser de origem natural e orgânicos na sua maioria), e o local de produção – que deve ser o mais próximo do local de venda possível. Os nossos avós tinham uma alimentação semelhante a esta e, nesse aspecto, o seu pilar da alimentação estava bastante bem preenchido.

A importância do nosso propósito

E, por fim, aquilo que considero ser o factor mais importante: Propósito. Saber o porquê de estar vivo e ter esse porquê como força motivadora transversal a todos os sectores da nossa vida, é talvez a energia mais vital que podemos ter no nosso corpo

O propósito é um perfeito estado de consciência de quem nós somos e o que viemos aqui fazer. E com isso não me estou a referir à profissão, até porque acredito que cada vez mais a linha entre a nossa vida e o nosso trabalho se vai desfazer. Viver em propósito só é possível quando nos conhecemos a nós mesmos e, por consequência, nos amamos a nós próprios. Auto-conhecimento é o caminho para o amor-próprio. E sem este não existe saúde integral possível. 

O caminho para nos conhecermos é longo, mas muito enriquecedor; não depende de doutrinas, até porque estas nos afastam do real propósito; é um caminho muitas vezes solitário e introspectivo. Na maior parte das vezes, a força catalisadora desde auto-conhecimento vem de um período negro na nossa vida: uma perda, uma catástrofe, uma separação, uma crise de pânico, etc. E são estes os momentos que nos abrem as portas ao conhecimento profundo de quem somos.

Quando lá chegarmos, poderemos aplicar esse propósito a todas as áreas da nossa vida: vamos alimentar-nos com amor, viver em amor nas relações, trabalhar por amor, servir por amor. Para mim, esta é a grande chave da saúde.

Vivemos tempos de incerteza, mas uma coisa é certa: nunca a saúde foi um tema tão debatido, e carente de transformação, no mundo como agora.

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