Mais um mês, mais uma data a celebrar. Ontem foi o Dia Mundial do Veganismo e, em seguimento do nosso artigo do mês passado (sobre o Dia Mundial do Vegetarianismo), estamos aqui para vos falar um pouco mais sobre este modo de vida.
O Veganismo é uma filosofia que visa erradicar – tanto quanto possível e praticável – todas as formas de exploração dos animais e crueldade para com os mesmos.
Isto significa não só excluir os alimentos de origem animal como também implica a recusa de produtos de cosmética e farmacêutica que tenham sido testados em animais e de peças de roupa, mobiliário e decoração que contenham cabedal, camurça, lã, seda e pêlo.
Desde 2016, o Veganismo provou ser um dos movimentos sociais mais relevantes dos tempos actuais.
Cada vez mais pessoas se identificam com o movimento, há cada vez mais restaurantes exclusivamente veganos e empresas de variadíssimas áreas e escalões mostram interesse em marcar presença neste sector do mercado, com lançamentos de produtos 100% vegetais e não testados em animais que populam as respectivas prateleiras das superfícies comerciais. É uma tendência que parece cada vez menos uma tendência, mas, sim, uma promessa de mudança permanente de mentalidades e de comportamentos.
Um relatório recente das Nações Unidas sobre as alterações climatéricas trouxe ainda mais atenção para este movimento e, particular, para o regime alimentar que o acompanha.
Para nós, confessamos, foi uma alegria ver meios de comunicação de todo o mundo partilhar notícias como “Huge reduction in meat-eating ‘essential’ to avoid climate breakdown” (artigo publicado no The Guardian, no dia 10 de Outubro). E, como este, muitos outros artigos semelhantes correram o mundo. E, o que sugere este relatório das Nações Unidas? Sugere que temos até 2030 para pôr em acção medidas drásticas que ajudarão a evitar uma catástrofe climatérica.
Para a grande maioria da população, a medida mais eficaz e, simultaneamente, mais praticável, é a adopção de uma dieta à base de plantas ou, no mínimo, uma redução significativa do consumo de carne, peixe e lacticínios. Actualmente, a produção de alimentos de origem animal é altamente insustentável e será ainda menos com o decorrer dos anos, sendo que se prevê um aumento populacional mundial para um total de 10 biliões de pessoas, até 2050. A agropecuária e a aquacultura são responsáveis, entre outras indústrias, pela emissão de gases com efeito de estufa, desflorestação, escassez de água e zonas mortas dos oceanos. A transição para uma dieta vegana pode contribuir para a erradicação de todas estas problemáticas e cada um de nós pode contribuir para encaminhar o comportamento humano colectivo para o sentido certo.
É desafiante alterar drasticamente os nossos hábitos.
Como se costuma dizer, falar é fácil. Mas, então, e pôr em prática tudo isto? Somos os primeiros a admitir que, na realidade, é desafiante alterar drasticamente os nossos hábitos, precisamente porque já passámos por isso. Tomadas as decisões, de repente, fazer as compras nos supermercados já não nos parecia tão automático e requeria alguma preparação, as refeições do dia-a-dia passaram a ser território desconhecido e os eventos sociais como jantares com família e amigos envolviam, por vezes, debates opinativos. Mas, depois de ultrapassados todos os marcos e em retrospectiva, a jornada é muito enriquecedora e o destino final faz com que todo o esforço valha mesmo a pena.
Mantenham-se informados.
A cada dia torna-se mais fácil e o que antes nos parecia ser tão complicado passa a parecer-nos absolutamente natural e instintivo. Sejam os motivos a favor da sustentabilidade do planeta, pela protecção e bem-estar animal ou pela saúde humana (todos os seres e sistemas beneficiariam da propagação do veganismo), o melhor que vos podemos sugerir é que se mantenham tão informados quanto possível. Procurem descobrir mais sobre a nutrição humana, recolham receitas que vos pareçam adequadas ao vosso estilo de vida e à vossa dedicação à culinária e construam um mapa de todos os restaurantes e superfícies comerciais nas vossas áreas que vos ofereçam opções e produtos relevantes. Passo a passo e ao fim de uns tempos dão convosco a sentir-se fortes e saudáveis, não só a nível físico como emocional e espiritual, porque, no fundo, sabe mesmo muito bem alinhar o comportamento a valores positivos e compassivos.
Livro “Vegan para Todos”, da autoria de Rita Parente e André Nogueira
Ainda em celebração da data de ontem, sugerimo-vos um passeio pela Natureza, a troca de um olhar sentido com um ser vivo de outra espécie, e uma refeição extra especial e 100% à base de plantas. Um 3 em 1, vá. Vão ver que sabe bem!
