O que é o couro cabeludo sensível?

Leonor Girão // Janeiro 23, 2020
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É com alguma frequência que as pessoas chegam ao dermatologista com queixas de couro cabeludo sensível. Referem ardor ou mesmo dor (que em termos médicos se traduz por “tricodinia”), formigueiros, comichão (prurido), ou simplesmente sensação de desconforto no couro cabeludo. Podem ter ou não descamação (a vulgar “caspa”) e/ou eritema (pele vermelha), mas quase todos referem uma característica – têm este problema há meses ou anos e não sabem o que fazer. Porque é que isto acontece? 

Porque o couro cabeludo fica sensível?

Vejamos, então, as cinco das causas mais frequentes.

1. Doenças do couro cabeludo

Em 1.º lugar temos de excluir as causas/doenças que tipicamente têm predominância ou preferência por atingir o couro cabeludo. São elas a Dermite Seborreica e a Psoríase (as mais comuns) ou a Foliculite decalvans e ou o Lichen planus pilaris (doenças dermatológicas mais específicas), entre muitas outras. Não esquecendo a infestação pelos vulgares piolhos (que não aparecem só nas crianças!). Todas estas doenças têm tratamento específico pelo que o seu dermatologista poderá ajudar – é importante ir a uma consulta.

2. Alergias às tintas capilares

A alergia a alguma das substâncias das tintas capilares é bem mais frequente do que se pensa e pode aparecer após anos de utilização de uma tinta, sobretudo das tintas permanentes.

3. Atopia ou pele alérgica em geral

As pessoas que já sofrem de pele sensível e reativa têm maior tendência a sentir também o couro cabeludo sensível. Igual para quem tem asma ou eczema alérgico.

4. Higiene excessiva

Quem lava o cabelo mais do que uma vez por dia e usa produtos de lavagem muito agressivos (muito desengordurantes ou com componentes medicinais específicos e concentrados – que não são para uso diário) diminui a função barreira da pele e pode originar queixas de descamação e ardor no couro cabeludo.

5. Depressão, ansiedade e outras doenças neurológicas

É sabido que os estados depressivos aumentam a sensibilidade da pele em geral e do couro cabeludo em particular. Pensa-se que seja através da libertação de mediadores neuronais, que estariam alterados nessa condição, e que poderão também induzir tiques e comportamentos de coceira e tração do cabelo.

Como cuidar do couro cabeludo sensível?

Dez coisas que podemos fazer para melhorar esta condição:

  1. Usar champôs próprios para uso frequente, com pH fisiológico, sendo que alguns têm mesmo componentes que “acalmam” a sensação de desconforto (encontra nas farmácias, nas linhas dermatológicas);
  2. Utilizar amaciador e/ou máscara acondicionadora se tiver o cabelo muito seco ou controladores da oleosidade se tiver seborreia;
  3. Não utilizar a água demasiado quente: o calor faz dilatar os vasos do couro cabeludo com possível acumulação de mediadores inflamatórios e com consequente aumento da sensibilidade da pele;
  4. Lavar as vezes adequadas ao seu tipo de cabelo: diário se for oleoso; 3-2 vezes por semana se for de tendência seco;
  5. Não aplicar técnicas de alisamento, escovagem ou secagem agressivas (químicos dos alisamentos e mises, ar muito quente dos secadores, por exemplo);
  6. Atenção às tintas capilares: não comprar produtos de má qualidade e não certificados (contém em geral concentrações de químicos elevadas e/ou substâncias proibidas). Também deve enxaguar bastante no dia da coloração do cabelo;
  7. Manter a humidade adequada no seu meio ambiente: ar muito seco (resultante de ar condicionado constante ou aquecedores, por exemplo) pode levar a descamação por secura da pele do couro cabeludo;
  8. Não coçar desabridamente: em vez disso, massajar suavemente, pressionando, sem ferir o couro cabeludo, ou aplicar frio (há placas que se colocam no frigorífico) diretamente na área mais sensível;
  9. Medicação neurológica. Há medicamentos que controlam e regulam os neurotransmissores, diminuindo a sensação de dor. O seu médico poderá ajudar;
  10. Tratar e excluir doenças do couro cabeludo. Claro que se estas existirem e não forem tratadas muito dificilmente a sensibilidade desaparece. E, por isso, a consulta no seu dermatologista é essencial.

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