O que é a Disfunção Temporomandibular?

Vera Pinto // Janeiro 20, 2020
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O que é a Articulação Temporomandibular?

A articulação temporomandibular (ATM) é a articulação entre o crânio e a mandíbula, e, para além do osso temporal e da mandíbula, é composta por um disco articular que desliza entre eles para os tornar mais congruentes e possibilitar a mastigação e a fala.

O que é a Disfunção Temporomandibular?

A disfunção temporomandibular (DTM) é o termo usado para descrever o conjunto de afetações da articulação temporomandibular, dos seus músculos e nervos. E, geralmente, é caracterizada por subluxações do disco articular, ou seja, o desvio do disco da sua posição correta, ou apreensão do mesmo, durante o movimento da mandíbula. 

Quais são os sintomas da Disfunção Temporomandibular?

Os sinais e sintomas variam muito. No entanto, os mais frequentes são:

  • Dor – de cabeça, na face (maxilar, bochecha) ou ouvido;
  • Restrição de amplitude de abertura da boca;
  • Estalidos ao abrir a boca ou fechar.

Geralmente os sintomas acentuam-se com a mastigação, o bocejar e a fala.

Outros sintomas referidos, menos frequentemente, incluem: tensão muscular, dor de cabeça por tensão muscular, dor cervical e de costas, zumbidos, tonturas e sintomas psicossociais como depressão e ansiedade.

À medida que a disfunção vai avançando no tempo acontecem alterações como desgaste articular da cartilagem e do disco bem como remodelação do osso, processos que são característicos da artrose. O que faz com que aumentem os estalidos e a limitação funcional, levando algumas pessoas a, por exemplo, falar, rir e comer de forma condicionada.

O que causa a Disfunção Temporomandibular?

A disfunção temporomandibular não tem uma causa única. É, sim, um distúrbio complexo com múltiplos fatores de origem, tais como:

  • Traumatismos na região da mandíbula ou do crânio (quedas, pancadas, acidentes de carro);
  • Bruxismo (disfunção caracterizada pela atividade repetitiva dos músculos mastigatórios que consiste em cerrar ou ranger os dentes durante o sono e/ou acordado);
  • Alterações da mordida e oclusão dentária;
  • Alterações comportamentais (estilo de vida);
  • Estado emocional e interações sociais (stress).

Sabia que o Masséter, o principal músculo da mastigação, portanto o principal músculo desta articulação, é um dos músculos mais fortes do nosso corpo? Apesar de ser pequeno, à proporção é o músculo que produz mais força por unidade de área. Durante a mordida, a força máxima exercida pelo conjunto de todos os músculos mastigatórios pode chegar aos 77kg de força!

Então, podemos antever que o bruxismo, acima mencionado, é um dos fatores que mais contribui para este tipo de disfunções nos dias que correm, pois aumenta a fadiga muscular e o desgaste articular.

Atualmente, apenas 5% da população sintomática procura tratamento para a disfunção temporomandibular.

Estima-se que 60 a 70% da população terá sintomas de disfunção temporomandibular no decurso da vida, mas sabe-se que apenas 5% da população sintomática procura tratamento, atualmente. Esta baixa percentagem de procura de ajuda prende-se com o desconhecimento da patologia.

Como chegar a um diagnóstico de Disfunção Temporomandibular?

Devido à grande variedade de sintomas, a maior parte das pessoas começa por recorrer a especialidades como Otorrinolaringologia ou Oftalmologia e acabam por recorrer a diversas opiniões e áreas médicas até atingirem o diagnóstico correto e o acompanhamento mais adequado.

Como se trata Disfunção Temporomandibular?

Atualmente não existe uma cura. O tratamento consiste numa série de abordagens que ajudam a controlar os sintomas e retardar o avanço da limitação funcional, tais como: 

  • Estratégias para controlo e redução do stress diário (exercício físico, meditação, alterações do estilo de vida);
  • Educação para a função mandibular (alterações alimentares, se necessárias; evitar o uso de pastilhas elásticas e roer as unhas);
  • Fisioterapia e Osteopatia (terapia manual, fortalecimento muscular da musculatura da abertura da boca, estratégias de controlo motor, correção postural);
  • Ortóteses – goteiras de descarga, correção ortodôntica e da oclusão;
  • Cirurgia – última opção terapêutica.

A Fisioterapia e a Osteopatia, a par com a Medicina Dentária, são as áreas ideais para controlar a disfunção temporomandibular. Utilizando meios não invasivos, dependendo do caso, é possível gerir a lesão ao ponto de não sentir quaisquer sintomas no dia-a-dia, obtendo resultados excelentes quando combinados com mudanças individuais do estilo de vida.

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