O processo de escrever um livro

Fátima Lopes // Maio 22, 2023
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Hoje é o Dia Mundial do Autor Nacional e resolvi dedicar este texto àqueles que se lançam na aventura de escrever um livro. 

Nas minhas viagens pelo país para apresentar as minhas obras, sou confrontada muitas vezes com perguntas sobre o processo de escrita de um livro e sobre o caminho a percorrer até à sua publicação. 

Sinto que as pessoas têm um certo fascínio sobre o processo de escrita de um livro. 

Acho que cada escritor tem o seu método, as suas dinâmicas e as suas fontes de inspiração. Não há uma receita única. Como diz o povo, “cada cabeça sua sentença” e aqui é bem verdade. 

Partilhando a minha experiência, eu começo por pensar que tipo de livro quero escrever. 

Um romance, um livro biográfico subordinado a um tema, um livro dedicado a uma área. Por exemplo, “Simply Flow, Atreve-te a abrandar”, o meu livro mais recente, que está em pré-venda na Wook, foi totalmente inspirado na minha plataforma Simply Flow. 

Depois de definido o tipo de livro que quero escrever, começo a delinear o seu caminho. 

Neste último, escolhi os vários temas sobre os quais gostaria de falar, partindo da minha experiência pessoal. Se for um romance, o percurso é um pouco diferente. Primeiro pergunto-me que tipo de história quero escrever? Depois quais são as mensagens principais que quero passar? Que personagens tenho de criar, para poder retratar determinada mentalidade ou tipo de vivências? Quais são os temas que atravessam a trama? Respondidas estas perguntas, procuro imaginar uma história onde se encaixam estas respostas. Imagino cada uma das pessoas, traço o seu perfil psicológico e defino-as fisicamente. Só então começo a escrever a história. 

Às vezes quando arranco para a escrita, ainda tenho pontos da história por fechar, mas a verdade é que à medida que vou escrevendo as informações aparecem espontaneamente como se as personagens ditassem o que querem que faça com elas. 

Enquanto escrevo um romance, vivo com todas as personagens na minha cabeça.

Deito-me e levanto-me com elas porque sei que lhes estou a definir a vida e o destino. Por norma mantenho um bloco ao lado do computador onde registo informação prática e que me é útil ao longo de todo o livro: o BI de cada personagem, os eventos marcantes que viveram e respetivas datas. 

A cronologia dos acontecimentos é fundamental para que tudo faça sentido. 

Nos meus livros os diálogos são muito importantes e, por isso, procuro que as minhas personagens comuniquem verbalmente umas com as outras, principalmente nos momentos chave. 

Nem sempre tenho o fim da história definido quando começo a escrever. 

Às vezes são as personagens que se impõem e me exigem um determinado desfecho. Quando é assim, cedo. Outras vezes elas limitam-se a sugerir um fim e dão-me liberdade para decidir. Confesso que essa liberdade torna tudo mais difícil porque sei que a minha escolha não vai agradar a todos. Escrever um livro também é isso. É saber que criamos vidas que podem seguir vários caminhos e que nem todos serão do agrado do leitor. 

Uma vez terminado o livro, cabe à nossa editora ter um olhar crítico e dar-nos sugestões para que possamos corrigir ou melhorar algo. O(a) nosso(a) editor(a) é fundamental para o sucesso da obra. Também ele(a) merece todo o reconhecimento neste Dia Mundial do Autor Nacional. Boas leituras. 

Nota: Fotografias por Verónica Silva 

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