O novo paradigma do amor

Inês Gaya // Fevereiro 19, 2018
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São muitas as maneiras de viver o amor e a forma como se desenrolam as relações interpessoais acaba por espelhar também a própria cultura e a sociedade em que vivemos.

Recordo-me da minha avó falar dos “namoros arranjados”, onde os interesses familiares se sobrepunham ao romance, mais tarde veio o “amor para sempre”, as grandes histórias e juras eternas e nos tempos mais modernos, o “amor fugaz” espelhando uma sociedade também ela mais acelerada, intensa e competitiva.  

Hoje sinto que a maioria das relações estão entre aquilo que eu chamo de “relações romantizadas”  e  “relações  fugazes” . Em ambos os casos a ilusão e o medo estão presentes, não há uma total entrega e verdade, e muitas vezes a idealização do outro, o medo de não ser amado, o medo de amar, de se conhecer e entregar boicotam o verdadeiro potencial de uma relação. No entanto sinto que estamos aos poucos a viver um processo de mudança de paradigma no que respeita aos relacionamentos, assim como emerge também uma nova consciência, uma nova forma de ser e estar no mundo!

Relações reais

Muitos homens e mulheres estão em busca de viver relações mais profundas, reais e com significado. A este novo tipo de relacionamentos poderíamos chamar de “relações reais”! Algo que surge de uma procura pelo auto-conhecimento e desenvolvimento espiritual, muitas vezes motivada pelas “crises pessoais” que têm feito cair muitas máscaras e têm levado homens e mulheres a um maior despertar sobre aquilo que verdadeiramente desejam viver num relacionamento.

Estas novas relações estão dispostas a morrer para o velho paradigma da ilusão e do medo, e renascer para algo mais real e profundo, onde as dores de crescimento se fazem sentir, onde não existe “para sempre”, almas gémeas ou caras metade, mas existe, sim, um presente, seres individuais e inteiros, que têm vindo a aprender a amar-se e a bastar-se a si mesmos e que procuram num/a companheiro/a de “viagem”, um ser inteiro, que seja consciente da sua luz e sombra, e que esteja disponível para viver os impasses, os espelhos, para se aprofundar e crescer em conjunto.

Uma nova forma de ser e estar

Tenho tido realmente o privilégio de assistir a esta mudança de paradigma e conhecer vários homens e mulheres que despertam para esta nova forma de estar e de ser. Pessoas que se deram conta que as suas relações eram marcadas por insatisfação, falta de comunicação, “jogos”, mentira, medo, indiferença… E, que, neste momento, buscam ou vivem relações assentes em valores como a verdade,  aceitação, autenticidade, transformação e crescimento.

Parece que com esta mudança de paradigma nas relações, também uma nova consciência e uma nova sociedade começam a emergir, onde o Amor ganha um significado mais profundo e verdadeiro.

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