O meu animal é tão amoroso que nem precisa de falar

Marta Guerreiro dos Santos // Outubro 4, 2019
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Quantas vezes já sentiu que as palavras não conseguem exprimir, de uma forma fidedigna, a essência dos seus sentimentos?

Neste dia que enaltece a palavra Animal, ao invés de dizermos “O meu animal é tão inteligente que só lhe falta falar”, poderíamos refletir na importância das palavras na tradução do verdadeiro amor. Sem comunicação verbal, os animais dizem-nos tanto e ensinam-nos ainda mais: ensinam sobre pureza, compaixão, perdão, simplicidade, capacidade de viver no presente e de estar presente, entre muitas outras virtudes da Alma. 

Dizer que os animais não têm alma, ou então que têm uma alma inferior à humana, é uma crença de quem ainda se julga superior e ignora que, comparativamente a todas as outras espécies da Natureza, a sua capacidade de amar o próximo é muito reduzida. Não há qualquer diferença entre a alma animal e a alma humana, e tão pouco podemos afirmar que a nível espiritual o ser humano é mais evoluído que os animais. A evolução de um ser constata-se nas suas ações e nos animais todas elas são isentas de ofensa ou prejuízo intencional ao próximo. 

Qual a verdadeira missão animal?

Quando em 2010 decidi ir além dos cuidados médico-cirúrgicos aos animais, iniciei uma investigação pioneira sobre a missão animal e tornei-me comunicadora interespécies. 

Descobri que os animais curam. Curam a nível emocional, energético e consequentemente físico. Os animais que coabitam connosco são profundamente sensíveis aos padrões emocionais e mentais dos seus tutores humanos e esta hipersensibilidade animal, consequência do inato amor incondicional, permite que eles sejam o nosso reflexo e absorvam a nossa energia emocional. 

Comece por estar mais atento: quando estiver doente, o seu cão ficará por perto; se tiver uma dor, o seu gato terá a tendência para se colocar precisamente em cima da zona afetada. 

Em clínica encontrei uma elevada percentagem de casos onde tutores e animais tinham o mesmo diagnóstico. Vi também muitas pessoas a abandonar os seus animais quando lhes surgia uma doença. Que injustiça, pensava eu, abandonar um ser que doou o seu corpo e impediu que seja a própria pessoa a ter (no seu corpo físico) o resultado do seu sofrimento emocional. 

Dez anos depois, algumas pessoas ainda ficam em “estado de choque” quando se deparam com a ideia de que os animais morrem pelos seus tutores, se essa for a única forma de os ajudar na sua missão. Há resistência humana para aceitar, sem qualquer sentimento de culpabilização, esta missão animal. 

Percebi que esta missão de abnegação animal é percepcionada, pela mente humana, como injusta pois desconhecemos o que é amar de forma incondicional.

Os animais convivem muito bem sem o reconhecimento da sua verdadeira missão ou qualquer outra recompensa mundana. O Amor nada espera. Os animais, que sempre foram missionários, sentem o seu serviço como um privilégio, não como um sacrifício. 

O seu animal ajuda-o com a sua própria missão individual e evolutiva.

Há milhões de animais que até vivem num lar familiar de afecto e carinho mas, por se desconhecer a sua verdadeira missão, eles são continuamente sujeitos a julgamentos errados. O ser humano precisa de se ver ao espelho em vez “bater num animal mal-comportado”. Educar um animal e eliminar os seus problemas comportamentais requer uma transformação, primeiramente, no tutor do animal: no sistema de crenças da pessoa, no autoconhecimento do seu propósito de vida (missão) e no resgate da sua criança interior.

Constatar, e ajudar diariamente, o serviço animal ensinou-me aquilo que nada na Terra tem conseguido: sempre que sofria alguma desilusão ou injustiça no meu caminho lembrava-me imediatamente da missão dos animais. Eles ensinam-nos, diariamente, que o amor jamais desiste perante o impossível nem desarma perante a dificuldade.

Feliz dia do Animal!

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