Quando devo falar com o meu filho sobre sexualidade?
A educação sexual do seu filho não começa na adolescência, mas, sim, na infância. Não é no momento em que sente que ele pode iniciar a atividade sexual que se vai sentar ao seu lado para ter “aquela conversa”.
As vossas conversas vão se proporcionado ao longo da educação que lhe vai dando, nos momentos que são criados pelo seu filho. Desde a idade dos “porquês” que está a educá-lo sexualmente, porque as perguntas começam cedo e, por isso, a educação que lhe dá sobre sexualidade, também.
Não são só os pais educam, como a escola, os pares, amigos dos pais, grupos extra escola, a internet, etc. A informação vai sendo absorvida em vários locais por várias pessoas, mas é claro que cabe aos pais orientar para que estas pesquisas e conhecimento possam ser feitos nos locais mais apropriados.
O meu filho já é sexualmente ativo. E, agora?
Os pais, por norma, são os últimos a saber que os seus filhos já iniciaram as relações sexuais porque a grande maioria apenas informa sobre os perigos, doenças, gravidez, etc, esquecendo-se daquilo que é fundamental num relacionamento a dois – as emoções, os afetos, amar e respeitar.
Claro que há perigos que devem ser advertidos, mas não pode ser essa a única direção, porque a primeira relação sexual não pode ser vista como um “marco” na história, um exame que temos todos de passar com uma excelente nota, quer no desempenho quer na prevenção da gravidez ou de doenças; É um ato que deverá implicar maturidade sim, mas pelo significado emocional sendo em simultâneo responsável pela sua saúde.
Ensine o seu filho a ser assertivo.
Mais importante ainda é ensinar o seu filho a ser assertivo, a saber seguir o caminho com o qual se identifica sem que o demovam. Saber o que quer, o que não quer, o que gosta e não gosta… e não se deixar influenciar por terceiros, saber valer as suas escolhas. Saber dizer “não”, no que toca à sexualidade é de extrema importância! Porque são momentos em que o seu filho está sozinho e tem de saber tomar uma posição.
Quando devo levar o meu filho a uma consulta?
Sempre e desde sempre! Uma consulta médica não serve apenas para quando estamos doentes, há transformações corporais que devem ser acompanhadas. As raparigas na altura da menarca (primeira menstruação), os meninos com o aparecimento dos caracteres sexuais secundários (pêlos no corpo e no rosto). Se for um clínico que dê abertura aos jovens, nessas consultas pode até deixar o seu filho uns momentos a sós com o médico para que possa colocar as suas dúvidas à vontade sem receios. Até porque a ida ao médico também é para isso mesmo – tratar, mas também prevenir que se adoeça.
E, se, por exemplo, encontrar pílulas na mochila da minha filha?
Em primeiro lugar, calma. Pode confrontar o porquê de estarem ali, mas com abertura, para que a adolescente possa explicar, e não num sentido punitivo. A punição só servirá para que não partilhe nada com os pais.
O mesmo se aplica ao encontrar um preservativo na mala do seu filho ou filha, não abona a favor, chamar a atenção do porquê em ter encontrado um preservativo, nem perguntar se precisa de ajuda em saber como se coloca. Mais uma vez esteja por perto e apto a responder a alguma dúvida que surja; Como, por exemplo, “tenho um amigo que o filho precisava de saber mais informações sobre tal e tal…”, dar o exemplo de situações de amigos e familiares por vezes é bom para que o adolescente se identifique e faça perguntas que não são “supostamente” exclusivamente suas, até porque é bastante normal os adolescentes utilizarem muitas vezes exemplos de “amigos” quando, na realidade, as dúvidas são suas, e aí só tem de os esclarecer sem questionar o tipo de dúvida.
Mantenha uma relação aberta para que exista diálogo com o seu filho.
São mais os pais que se têm de preparar para a sexualidade dos filhos do que eles mesmos para a sua primeira relação sexual. Tudo deve ser seguir o curso natural e não imposto.
Nunca se esqueça que os filhos mais informados, com melhor relação e abertura no diálogo com os pais, são aqueles que iniciam a vida sexual mais tarde, pois são mais conscientes das suas emoções, decisões, autónomos, livres, assertivos e felizes com a respectiva sexualidade.
Certamente que será o melhor pai/mãe nas atitudes que tem para com o seu filho. Não existe uma regra; Apenas maior sensibilidade.