O amor é um longo fim de semana. Todos os dias.
E é por isso que não entendo a forma como (talvez) todos acabemos a entendê-lo como se o amor fosse normal. Normal de acontecer quase por acidente. Ou, mesmo, sem se querer. Normal de tão simples e vulgar. Ou de banal.
O amor não é normal!
De início, é um espanto. Uma surpresa. Uma espécie de dádiva que nos deixa, humildes e gratos. E entontecidos. Depois, é uma escolha. Que nos remexe e desarruma. E é uma garra que nos toma e nos devolve à alma. A seguir, um planalto. Um juízo final. Um horizonte e um sentido. Finalmente, é um princípio. Uma história que começa e não tem fim. Um sítio, sempre mais alto, de onde se vê para lá do amanhã. Sem olhar para outro sítio que não seja o (nosso) amor.
Amar é estar em casa. Em todas as ruas. E em todos os lugares. É ter o mais que tudo onde, antes, nada se detinha.
E é esperar que o mundo perca o mistério. Se atrapalhe com o tempo. Se atabalhoe em coincidências. Tudo porque o amor é um longo fim de semana. Todos os dias.