Ao longo da minha carreira, de quase duas décadas, enquanto engenheira alimentar e health coach, ouvi todo o tipo de acusações em relação à indústria alimentar. Como se todas as pessoas que produzem, transformam ou embalam alimentos fossem de má índole e não estivessem fechadas em fábricas a tentar produzir o melhor alimento possível, cumprindo um conjunto de leis para proteger a saúde pública.
Depois, olhava para o lado e questionava-me porque razão umas pessoas saem do supermercado com o carrinho cheio de alimentos nutricionalmente pobres e outras enchem o saco das compras com alimentos nutricionalmente ricos. Ou, porque razão em momentos mais cinzentos da vida temos a tendência para comer mais doces e outros alimentos que nos dão colo, e acalmam o vazio que sentimos no peito.
Outra questão que me assolava era o tema das doenças. Porque existem pessoas que apesar de comerem fora dos parâmetros recomendados pela direcção-geral de saúde se mantêm felizes e saudáveis?
Depois de ler e pesquisar vários anos, sobre alimentação, emoções e saúde integrativa, comecei a perceber que o problema não era apenas dos alimentos disponíveis no mercado, mas, sim, da história de vida de cada um que nos leva a escolher alimentos mais alinhados com as emoções.
Então, se o problema da gestão de peso e das doenças alimentares está no que comemos, o que é que me leva a escolher uns alimentos em detrimento de outros?
Talvez a resposta esteja fora do prato. Talvez a resposta, o problema e consequentemente a solução, esteja na biografia e não tanto na biologia de cada um. Uma criança que tenha sofrido de abuso sexual na infância tem uma elevada probabilidade de desenvolver Síndrome do Cólon Irritável entre outras doenças e desequilíbrios. Por vezes as pessoas têm dificuldade em libertar peso porque não se conseguem libertar de determinados traumas.
É importante e urgente facilitar a ligação entre o desenvolvimento pessoal, as emoções e a forma como nos alimentamos.
A culpa não é toda da indústria alimentar. Nós também temos a responsabilidade de visitar as nossas emoções e desbloquear as que não servem a saúde a curto, médio e longo prazo. Quando começamos a limpar o passado, como lhe chamo, vamos olhar para o nosso corpo, o nosso templo com muito mais amor e vamos querer cuidar dele com muito mais atenção e apreço. Nessa altura saberemos de forma intuitiva escolher os alimentos mais alinhados com as nossas boas emoções.
A vibração dos alimentos
Acredito que os alimentos emitem uma vibração própria, à semelhança de uma estação de rádio que emite um determinado estilo de música e informação. Se uma pessoa está bem nutrida emocionalmente vai optar por alimentos que mantêm ou melhoram esse estado de espírito. Se, por outro lado, sente-se triste, rejeitada, insuficiente e desmotivada em algumas áreas da vida, ela vai buscar alimentos que tenham um efeito sedativo imediato – normalmente alinhados com essa baixa vibração. Se a dor emocional é grande a tendência para atacar um prato de junk food é ainda maior. À semelhança daquela pessoa que está a sofrer por amor e continua a ouvir músicas românticas em loop. Quem nunca?
Com um avô que foi vegano, um dos primeiros em Portugal, e um pai que faleceu de cancro do cólon antes dos cinquenta anos, foi durante a minha caminhada, em busca do meu saudável, para melhorar os meus problemas gastrointestinais que percebi que não havia corpo para curar. Havia, sim, uma série de memórias, áreas da minha vida que precisavam ser postas em perspectiva, repensadas e alteradas a favor da minha felicidade.
É preciso ter coragem para buscar a nossa nutrição emocional.
Primeiro é necessário perceber o que está em falta, perceber o que já não nos serve e identificar os bloqueios emocionais que nos impedem de realizar os nossos sonhos.
Foi só quando tive coragem para começar a fazer “operações à alma”, a sangue frio, que a minha saúde física começou a melhorar. Precisei olhar para a minha Roda da Felicidade e descobrir, de entre os 8 segredos do Prato Emocional, qual aquele por onde iria começar.
Se as pessoas mais longevas e saudáveis do mundo, não fazem nenhum esforço para serem saudáveis, quando foi que nos esquecemos de comer e da capacidade de autocura do nosso corpo?
Com mais de cinquenta perguntas pertinentes, que o ajudarão a colocar a sua vida e o seu índice de felicidade em perspectiva, em “A Roda da Felicidade”, demonstro que a nossa saúde e felicidade precisam de um auto-diagnóstico às várias áreas da vida e depende apenas dos resultados da balança. Basta parar para avaliar as 8 áreas da vida que constituem o prato emocional. Depois disto vai ver que será muito mais fácil fazer as pazes com o prato e com o seu corpo.
Aprenda a nutrir-se emocionalmente com a Roda da Felicidade!
Em “A Roda da Felicidade” percebemos que não existem alimentos perfeitos, todos os alimentos têm o seu lado brilhante e o seu lado sombra. E que, mais do que estudos científicos devemos saber interpretar os resultados do melhor laboratório do mundo – o nosso corpo, que não devemos tomar ninguém como mestre, que é importante conhecer o sistema de crenças residente, para perceber se estão a favor ou contra a sua saúde e bem-estar. Reveja os seus relacionamentos e o ambiente que o rodeia diariamente. É seguro ser feliz!