A nossa cervical (parte 2)

Carla Rosa // Maio 5, 2017
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Hoje vamos continuar a falar sobre a nossa Cervical.

Sobre duas lesões que até aparecem com alguma frequência.

Mas atenção e como já referi se tiver algum sintoma na Cervical, muitas vezes não é o problema primário, pode ser uma consequência de outra lesão.


Lesão em chicote
Normalmente associada a acidentes de carro, mas também pode acontecer em desportos de contacto (artes marciais, futebol, rugby, entre outros), quedas e outros. O efeito de chicote acontece quando o pescoço subitamente sofre uma hiperextensão para trás ou para a frente, que poderá provocar uma lesão nas vertebras, nos músculos, nos tendões, nos ligamentos e até mesmo na medula. Se não for tratado atempadamente, poderá vir a provocar outras complicações tanto músculo-esqueléticas como neurológicas. A dor pode surgir logo após o trauma, como passado dias, meses ou anos. Pode ser na cervical ou podem ser dores de cabeça que começam na occipital e irradiam até à testa, como nos ombros, na dorsal alta ou nos membros superiores. Os sintomas podem ser tonturas, cefaleias, menor amplitude ao virar a cabeça de um lado ou do outro, tensão muscular, parestesias, distúrbios auditivos ou de visão, dificuldade em engolir, fadiga, problemas de concentração ou mesmo de memória, entre outros.

Quando uma pessoa já sofre de uma degeneração numa ou em mais vértebras cervicais, com esta lesão pode haver o agravamento desta condição.

Existe um conjunto de nervos importantes que provêm da cervical e que enerva os membros superiores – o Plexo braquial. Muitas vezes, no caso de lesão que afete este plexo, o normal funcionamento dos membros superiores vai ficar comprometido. Há muitas formas de lesão do Plexo Braquial, mas a grande maioria é devida a traumas, principalmente decorrentes de acidentes de automóvel ou de mota, quedas, por armas de fogo, por carga pesada nos ombros e desportos de grande impacto. Estas lesões são mais comuns nos homens mas também podem acontecer no bebé durante o parto.

Dependendo da mecânica da lesão, as raízes nervosas do plexo Braquial podem sofrer estiramento, rutura ou avulsão.

Os sintomas desta lesão é que nos vão indicar qual a área afetada, ou seja se houver dificuldade em movimentar o ombro, poderá haver algum tipo de lesão nas raízes de C5 e C6, por exemplo.

Tudo isto pode provocar falta de força, encurtamentos musculares, rigidez nas articulações, atrofias, alterações de sensibilidade, alterações músculo-esqueléticas do membro afetado. Neste caso, o corpo vai adaptar-se à lesão o que poderá provocar alterações na postura.


Torcicolo
O Torcicolo pode ser causado por vários fatores como: hérnias de disco cervicais, stress, artrose cervical, má postura de cabeça, trabalhar no computador, espasmo muscular, problemas dentários, entre outros.

O Torcicolo promove uma alteração da posição da cabeça e limitação no movimento do pescoço, o que leva a uma má postura.

Devido à dor, pode ocorrer uma modificação da posição da cabeça e um bloqueio da movimentação do pescoço. Mas podem ocorrer outros tipos de dor que pioram a movimentação ou que irradiam, “descendo” do pescoço em direção ao braço ou “subindo” para a cabeça.

O tratamento ajuda a recuperar o normal funcionamento dos fluidos o que vai ajudar a diminuir a inflamação. Fazendo um ajuste global do corpo, vai ajudar a recuperar a mobilidade do pescoço e diminuir o espasmo muscular cervical.


Torcicolo congénito
Há crianças a serem diagnosticadas com torcicolo congénito

O Torcicolo congénito é um encurtamento do músculo esternocleidomastóideo que pode dever-se a um processo de fibrose durante a gestação devido a um mau posicionamento da cabeça ou a uma rutura durante o trabalho de parto, ou ainda por outro motivo cuja causa é desconhecida.

O Torcicolo congénito é a terceira causa mais frequente de anomalia músculo-esquelética congénita. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento, mais se contribui para o sucesso de cura desta patologia, tendo em conta que a participação ativa dos pais em casa contribui bastante e faz toda a diferença.

Quanto mais tarde for diagnosticado mais probabilidades de se agravar e trazer outras complicações.

Mas atenção pois se tiver algum sintoma na Cervical, muitas vezes não é o problema primário, pode ser uma consequência de outra lesão.

Por isso muita atenção à vossa cervical e à dos vossos filhos.

Aposte na prevenção.

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