Não parece, mas… os nossos filhos estão de férias!

Fátima Lopes // Abril 8, 2020
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Nestes tempos conturbados em que vivemos uma adaptação a uma pandemia, há crianças e jovens com quem fico particularmente preocupada. Refiro-me aos filhos de pais separados. Porquê?

Este ano, esta já não foi uma época em que pudéssemos pensar, programar e desfrutar das férias da Páscoa como é habitual.

Para crianças que vivem com o pai e a mãe, foi precisa uma adaptação rápida porque, provavelmente, existiam planos para tirar uns dias para descansar, para fazer algumas diversões fora de casa e, eventualmente, até viajar. Tudo isso teve de ser anulado face à situação que estamos a viver actualmente. Foi, então, necessário reprogramar as férias para dentro de casa e reprogramar todos os tempos livres para dentro das quatro paredes de casa. Mas agora pergunto: e os filhos de pais separados? 

Como são as férias dos filhos de pais separados?

Temos de pensar que, além das crianças que vivem com ambos os progenitores, os filhos de pais separados têm aqui um desafio acrescido. É que eles continuam de férias, sim, tal como todas as outras crianças, mas, dada esta situação, nem todos podem usufruir das férias com o progenitor com que não vivem. Isto porque, muitas vezes, por questões de precaução com a sua saúde, vêm-se impedidas de passar uns dias com o progenitor com que não vivem ou estão atualmente.

Seja porque esse progenitor está longe e não é possível o reencontro. Seja porque esse progenitor está de quarentena ou a cumprir uma determinada medida mais rigorosa de isolamento social. E tudo isto acaba por impedir que as férias sejam vividas de forma normal.

Relatos que me preocupam

Mas, depois há ainda uma outra situação, da qual me têm chegado alguns relatos e que me preocupa muito: os casais que, em separação, estão em litígio e que usam todas as situações para criar mais uma guerra e aproveitam a pandemia para proibir os contactos com o outro progenitor. Infelizmente, nestes tristes casos, os filhos continuam a ser uma arma de arremesso. 

Esses casais estão a usar a situação atual, para impedir que o filho e/ou a filha esteja com o outro progenitor com que não vive. Isto não é mais do que um abuso, uma falta de respeito às crianças, um ignorar das suas necessidades afetivas e um acrescentar de stress àquilo que já estão a viver neste momento

Deixo aqui um apelo: Não compliquem a situação!

As crianças, em geral, estão um bocadinho assustadas com o que se está a passar e com muito medo de não verem mais o progenitor com quem não vivem. Receiam ainda que lhes aconteça alguma coisa e não os voltem a ver. Por isso, o apelo que faço aqui é que não compliquem a situação e num gesto de amor e respeito para com os vossos filhos, permitam que, dentro das regras de segurança que nos foram definidas, continuem a ter ambos os pais presentes na vida deles e a ter férias em família.

Nota: Fotografia por Verónica Silva

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