Mudar para melhor

Fátima Lopes // Novembro 5, 2021
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Mudar para melhor
Mudar para melhor

Estreou recentemente no YouTube, no Empower Brands Channel, a série “Mudar para melhor”, que eu tenho a honra de apresentar. Esta série nasce da vontade de mudar mentalidades à volta das profissões que poucas pessoas querem, mas que muita falta fazem à economia do nosso País. A primeira temporada tem o apoio do MAR 2020 e é totalmente dedicada ao mar. A seguir iremos para outros setores da Economia, onde também precisamos de fazer retratos atualizados. 

Empower Brands Chanel é um canal especializado em conteúdos dedicados às pessoas, às marcas e às empresas, que vos aconselho a subscreverem gratuitamente. 

Mudar para melhor

Esta é uma série que nasce da vontade de mudar mentalidades à volta das profissões que poucas pessoas querem, mas que muita falta fazem à economia do nosso País. Refiro-me às áreas da pesca, da agricultura, da indústria, da construção civil, do turismo, entre tantas outras. 

Esta é uma chamada de atenção para a realidade. 

Conscientes de que nestas áreas, as profissões e as condições de trabalho evoluíram e nada é como os relatos que os nossos pais e avós faziam de muitas destas profissões, decidimos que estava na altura de atualizar a informação que as pessoas têm e de lhes dar a conhecer a realidade. Isto justifica-se não apenas porque a Economia precisa destas profissões, mas também porque há muitas pessoas que não sabem o que querem fazer da vida em termos profissionais. Algumas até já pensaram em abraçar trabalhos nestas áreas de que vos falo, mas pela imagem negativa que muitos têm delas, não se atrevem. Acabam, assim, por passar ao lado de caminhos onde podiam ser extremamente felizes. 

Nem todas as pessoas querem ser doutores e engenheiros. Nem todas as pessoas têm a ambição de tirar um curso superior. 

Existem em Portugal boas escolas profissionais, cursos muitíssimo bem preparados e apetrechados, para que nalgumas destas profissões as pessoas possam aprender e vir a ser excelentes profissionais. E, de uma coisa ninguém tem dúvida: quando nós trabalhamos apaixonadamente naquilo que gostamos, o mais provável é chegarmos à excelência. E, ao chegar à excelência, o reconhecimento acaba por acontecer e o retorno também. 

Todos conhecemos casos de sucesso em profissões menos procuradas. Certo?

Todos conhecemos pessoas nas profissões menos procuradas – como os serralheiros, os pedreiros, os agricultores, os pescadores, … – que não têm mãos a medir e que têm uma rentabilidade muito boa por se terem tornado fantásticos naquilo que fazem. Trabalho não lhes falta. Normalmente são pessoas que gostam mesmo daquilo que fazem e, por se terem tornado muito boas, são recompensadas financeiramente de acordo com o seu valor. E, isto só vem provar que a ideia de que para termos uma vida próspera temos de ter obrigatoriamente um curso superior, não é verdade. 

Um novo fôlego para estas profissões

O mercado precisa de muita mão de obra nestas áreas, mas de gente que seja apaixonada, que queira ser diferenciadora, empreendedora, que batalhe por índices de produtividade superiores e que queira trazer mudança. 

Em cada episódio do “Mudar para melhor”, terá a oportunidade de conhecer, pelo menos, três convidados. Começámos pela pesca e para vos dar a conhecer o melhor desta área temos:

  • um bom armador – que se importa com as suas pessoas, que as trata bem e remunera de forma justa, que lhes dá oportunidade de crescimento e valorização;
  • um pescador – que abraçou a profissão há muitos anos e que nos faz o retrato de como era esta profissão quando começou, demonstrando-nos assim as múltiplas dificuldades que existiam, a inexistência de maquinaria e tecnologia que ajudasse no trabalho diário; 
  • alguém das novas gerações, que entrou mais recentemente e que faz o retrato do que é a pesca atualmente.  

É neste retrato atual, em comparação com o retrato dos tempos antigos, que percebemos a evolução. 

A evolução na maneira de fazer, mas também a evolução nas próprias pessoas. Como alguém me disse, em Caxinas, um destes dias: “Nós, pescadores, já não somos aqueles homens que passeiam na rua de galochas, mal vestidos, com um ar de pessoas com menos dignidade e sofridas. Nós, pescadores, terminamos o nosso dia de trabalho, vamos para casa, tomamos o nosso banho, perfumamo-nos e saímos orgulhosos por sermos pescadores. Somos gente nova, com sonhos, com as mesmas vontades de qualquer pessoa e temos muito orgulho em dizer que somos pescadores porque tratamos o mar por tu”.

O “Mudar para melhor” é o resgatar das nossas profissões mais antigas, dando-lhes a dignidade que elas merecem para que outros as venham experimentar. 

Não estamos com isto a dizer que muitas destas profissões não são duras porque a verdade é que são! Mas, como também me disse um dos convidados: “Isto é um estilo de vida. E se aceita, ou não se aceita. E se aceita, aceita-se as condições todas. Depois faz-se com paixão e dá-se o nosso melhor”. 

Enquanto profissional da comunicação, é um verdadeiro privilégio e uma honra dar a cara por este projecto. 

Primeiro porque sinto que está na altura de devolver ao meu País aquilo que o meu País me tem dado. E também está na altura de ajudar as pessoas a encontrar outros caminhos. Cada vez que se mudam mentalidades, estamos a dar a oportunidade às pessoas de evoluírem e de encontrarem aquilo que as faz felizes. 

Mudar para melhor

Tenho aprendido muito no mar e quando falo com jovens de vinte e poucos anos e lhes pergunto porque não vão para outras profissões, respondem-me: “Porque não me apaixonam. O mar apaixona-me e no mar eu sou feliz”. E, o que eu gostaria é que todas as pessoas fossem em busca daquilo que as faz felizes, seja a trabalhar num hospital como médico, seja numa secretária, seja numa fábrica, seja a servir às mesas, seja numa padaria, pouco importa. Se forem felizes e trabalharem com paixão, tudo é válido. 

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