Mitos e verdades sobre antibióticos

Francisco Ferreira da Silva // Novembro 17, 2021
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antibióticos
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Os antibióticos são medicamentos produzidos a partir de substâncias libertadas por fungos ou bactérias ou de forma sintética. A sua principal função é a de matar ou inibir o crescimento e a divisão de microrganismos causadores de doença, ajudando assim o sistema imunitário do doente a combater a infecção.

São medicamentos muito eficazes, mas não são isentos de riscos, pelo que a sua correcta utilização é essencial.

É preciso compreender que:

  1. Os antibióticos tratam apenas infecções por bactérias e alguns parasitas, não tendo qualquer efeito noutros microorganismos, como vírus ou fungos e muitos parasitas. Não podem, nem devem ser utilizados para outro tipo de infecções, sob pena até de agravá-las. O uso correcto do antibiótico depende, em primeiro lugar, do diagnóstico correcto de uma infecção tratável com este tipo de medicamento.
  2. Os antibióticos não são todos iguais. Quando nos é prescrito um antibiótico, o médico pensou no tipo de bactéria que poderá estar implicado, no local onde se desenvolve a infecção, na gravidade da infecção e nos possíveis efeitos secundários da utilização de determinado antibiótico naquela pessoa em particular. O uso correcto do antibiótico implica sempre uma prescrição médica.
  3. Existem muitas bactérias que podem ser responsáveis por determinadas infecções e, embora os sintomas possam ser semelhantes, as bactérias que as causam podem ser muito diferentes. O antibiótico que trata uma infecção por uma bactéria pode não fazer nada a outra bactéria diferente que cause o mesmo tipo de infecção. Assim, os antibióticos são para utilizar apenas sob orientação médica
  4. Nunca devemos aproveitar sobras de antibióticos que tenhamos em casa, nem dar essas sobras a familiares ou conhecidos para tratarem alguma infecção só porque os sintomas eram parecidos aos que tivemos quando nos foram prescritos. Antibióticos que sobrem são para devolver à farmácia e não para guardar para vezes futuras, salvo se houver indicação médica nesse sentido.
  5. Não cumprir os horários de toma do antibiótico, nem o tempo de duração do tratamento são duas das formas incorretas de utilização dos antibióticos e que têm contribuído para o desenvolvimento de resistências das bactérias aos antibióticos. Para além disso, a toma incorreta dos antibióticos pode fazer com que a infecção não seja correctamente tratada e possa haver “recaídas” ou os sintomas demorem mais tempo a passar. Horários e dias de tratamento são para cumprir rigorosamente e só deverão ser modificados sob indicação do médico.
  6. Não tomar o antibiótico prescrito por medo ou resistência em tratar-se dessa forma é uma decisão livre de cada um. Contudo, se falamos de uma infecção grave ou potencialmente grave, a probabilidade de sobrevivência poderá ser posta em causa, pois não existem, nessas situações, outro tipo de medicamentos eficazes. Convém saber que os antibióticos diminuíram muito a mortalidade do ser humano causada pelas infecções, contribuindo, a par da melhoria das condições sanitárias e da vacinação, para o enorme aumento da esperança média de vida das populações em todo o mundo, salvando milhões de vidas desde a sua descoberta.

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