Liberdade para dentro da cabeça

Inês Cortez // Agosto 7, 2019
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Ao longo da História, lutámos bastante pela nossa liberdade. Lutámos, lutamos e continuaremos a lutar porque a liberdade anda naturalmente de mãos dados com a felicidade

Diferentes formas de liberdade

Dificilmente nos consideramos felizes se não nos sentirmos livres. Queremos sentirmo-nos livres numa relação, queremos liberdade de expressão, ambicionamos liberdade no trabalho, queremos livre-arbítrio nas pequenas decisões que fazem o nosso dia-a-dia… 

Liberdade condicionada?

No entanto, a liberdade total é praticamente impossível de alcançar nas nossas vidas, sob pena de se instalar, totalmente também, um verdadeiro caos. Mas, não desespere. A boa notícia é que a liberdade está sempre ao nosso alcance. 

Conquistar a nossa liberdade só depende de nós.

Sentirmo-nos livres é possível, mesmo sabendo que não podemos fazer tudo o que nos der na cabeça. 

Enquanto escrevia este texto, perguntei a uma criança recém chegada às férias escolares se se sentia livre, uma vez que estava em casa e não tinha a obrigação de ir para a escola, fazer trabalhos de casa ou ir a algum lado com os pais. Estava livre naquele dia para fazer o que quisesse! Respondeu-me que para ela a liberdade era de facto não ter obrigações e poder pensar e fazer o que lhe apetecesse. No entanto, não se sentia livre porque não podia fazer mesmo tudo o que quisesse, como, por exemplo, viajar. 

Esta é a mais pura das verdades, desde crianças a adultos, a nossa liberdade existe dentro de certos limites. Dentro de sua casa, aquela criança podia, de facto, ler, ver televisão, estar no telemóvel, na Internet, jogar jogos, cozinhar, convidar amigos, etc. Mas, não podia viajar, destruir a casa ou pôr música demasiado alto que incomodaria os vizinhos! O mesmo acontece com os adultos, que têm a liberdade de escolher como vão para o trabalho, como se vestir, o que pensar, o que fazer nos tempos livres, e por aí em diante, desde que respeitem certos limites.

Então, o segredo será sentir-se livre dentro de um universo onde existem infinitas possibilidades – O seu universo! 

O que é liberdade para si?

O que mais desejaria fazer se tivesse todo o tempo e dinheiro do mundo? 

Quando é que se sentiu realmente livre? 

No meu caso, por exemplo, foi quando decidi fazer uma viagem sozinha durante três semanas para a Tailândia. Lembro-me de estar do outro lado do mundo, sem ninguém me conhecer, sem qualquer contacto com a família e amigos e a sensação foi incrível. Nessas três semanas o meu meio de transporte mais usado foi o avião, lembro-me que entrei em 9 voos porque ora me apetecia ir para Norte, ora para Sul. Ninguém questionava, ninguém sabia se eu não quisesse. Estive com tigres como se fossem gatos, andei na selva em cima de um elefante, visitei tribos, estive em lugares de luxo e de lixo, vivi uma enorme aventura com a maior sensação de liberdade possível! Podia ir para onde quisesse, quando quisesse e com quem quisesse. Este foi o meu expoente máximo de liberdade.

Qual seria o seu expoente máximo de liberdade?

Veja onde se encontra, defina os limites e, se fizer uma lista do que gostaria de fazer dentro dos mesmos, verá que ainda se surpreende com as infinitas possibilidades que tem ao seu dispor. 

Comece por listar 10 coisas que gostaria de fazer. Depois 20. Depois 30. E, perto das 40 irá encontrar possibilidades que nunca lhe tinham ocorrido. 

A relação entre liberdade e responsabilidade

Tenho também observado  que a liberdade conduz à responsabilidade. Segundo Jean-Paul Sartre, o Homem só não é livre para não ser livre: está condenado a fazer escolhas – e a responsabilidade das suas escolhas é tão opressiva que surgem escapatórias… mas, experimente dar liberdade, explicando quais os limites, a uma criança e verá se ela não fica mais responsável. Dê liberdade às suas emoções para se expressarem e verá se elas não acalmam… 

Sentirmo-nos livres é uma escolha que está sempre ao nosso alcance e que nos dá uma sensação de poder muito boa.

Imagine que quer emagrecer. Tem à sua frente o seu doce preferido, e está a tentar resistir à tentação. Em vez de pensar “Não posso”, experimente dizer para si “Posso comer, mas não quero porque prefiro emagrecer”. e sinta a diferença. Ou não. Afinal, é livre!  

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