Juntos somos mais fortes

Fátima Lopes // Novembro 14, 2020
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juntos
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Estes tempos em que agora vivemos, estão a colocar-nos num verdadeiro teste aos nervos. As coisas alteram-se tão rapidamente, que permanentemente somos testados à nossa resiliência. À nossa capacidade de resistência. À nossa capacidade de tolerar a incerteza, de não saber timings. Enquanto estes testes decorrem a cada passo, é-nos exigida a capacidade de reunir forças. De manter algum foco, para que nenhuma energia seja perdida. Toda é fundamental. Toda é vital.

A única certeza que temos é que estes são tempos de incerteza.

Mas, numa situação como esta, temos de encontrar soluções. Pensarmos em mandar a toalha ao chão e em pura e simplesmente desistir é desistirmos de viver.

Eu acredito que há sempre soluções e que se encontram sempre caminhos.

A humanidade tem mostrado ao longo dos séculos que, mesmo em situações de grande calamidade e de grandes carências, doenças, etc., sempre se abriu uma porta. Sempre se abriu uma janela para começar aos poucos a ultrapassar e superar essas mesmas situações. E aquilo que nos é pedido agora, é exactamente isso.

Começar aos poucos a ultrapassar e superar.

Nas últimas décadas, nós, portugueses, fomos vendo chegar uma série de facilidades e de conforto que não tínhamos, nem podíamos usufruir. Na verdade o nosso povo aos poucos foi ganhando um pouco mais de tranquilidade e esperança. E talvez nos últimos 5 anos, sentia-se um reforço da esperança. Sentia-se que as pessoas estavam com mais autoestima e tinham mais confiança no presente e no futuro. Sentia-se que as pessoas já não tinham medo de sonhar grande. Atreviam-se a arriscar! E, portanto, estava-se aqui a fazer um caminho muito, muito bonito que foi travado abruptamente.

Fomos travados abruptamente. Nós, portugueses. A Europa. O mundo! 

Nós não somos diferentes. Estamos a viver, exactamente, a mesma realidade que os outros países. A questão é: de que maneira estamos dispostos a superar isto? 

Como é que vamos superar isto tudo?

Isoladamente? E o aí o caminho será muito mais difícil porque as dificuldades são muitas em todas áreas. 

Há muitas famílias sem emprego. Neste momento, muitas famílias deparam-se com uma realidade que já estava longe da nossa memória, chamada fome! Chamada pobreza extrema. E é bom que tenhamos consciência que existem muitas famílias nessa situação agora. Temos muitas outras famílias e muitas outras pessoas a reinventarem-se e a procurarem renascer no meio das cinzas. Muita gente que tinha negócios viu-se obrigada a fechar portas e a despedir todos os funcionários. Empresas que tiveram de redimensionar o respectivo negócio e dispensar também uma série de pessoas. Regalias que estavam conquistadas e que deixaram de existir. Conquistas que eram celebradas e que agora já não fazem parte do presente.

Volto a fazer a pergunta: como é que vamos superar isto tudo? 

Isoladamente? Ou dando as mãos?

Isoladamente será muito mais difícil. Muito mais penoso. Muito mais desgastante. E os números da saúde mental já nos mostram precisamente isso. As pessoas estão profundamente desgastadas. Muitas delas deprimidas e a sentirem que já não têm mais força. Mas obviamente que quando damos a mão a alguém, mesmo que também estejamos numa situação de fragilidade, duas pessoas são muito mais fortes do que uma. Portanto, aqui não temos outro caminho. O caminho é juntos.

O caminho é para ser feito de mãos dadas.

Não existe outra possibilidade! O caminho é dando as mãos. O caminho é unindo as minhas forças às forças do outro, as minhas capacidades, por poucas que sejam, às capacidades do outro, as minhas disponibilidades às disponibilidades do outro. Nem que eu tenha 0.5 e o outro tenha 0.5, ao final do dia já temos 1. E 1 é melhor do que 0.5. Por isso, não há outro caminho. 

O caminho é juntos. Até porque juntos pensamos melhor. Juntos conseguimos afastar-nos mais da realidade e ver aquilo que o outro não está a ver. Muitas pessoas ficaram sem a sua fonte de sustento, mas têm outras capacidades e outras competências que, por estarem muito stressadas e cheias de medo, nem sequer vêem esse caminho alternativo. E o outro que se aproxima pode precisamente perguntar: “Já experimentaste fazer isto?”; “Já pensaste em candidatar-te àquilo?”. E é na resposta do outro e porque o outro faz parte do meu caminho que eu vou encontrar aquilo que preciso para retomar e para renascer

Mais do que nunca, temos de nos unir. Todos!

Não há outro caminho, nem outra solução. Temos mesmo, mesmo que estar juntos. Mais do que nunca. Amar-nos uns aos outros é hoje mais importante do que nunca. Darmos as mãos. Darmos as mãos. E voltarmos a dar as mãos. Estarmos atentos a quem está à nossa volta. Olhar com olhos de ver. Estender a mão sempre que possível para trazer o outro para perto de nós porque, lembro, e sublinho: juntos somos sempre mais fortes e mais capazes. Coragem. É a palavra de ordem. 

Nota: Fotografia por Verónica Silva

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