Como descobrir o jardineiro que há em mim?

Teresa Chambel // Agosto 29, 2022
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Muitas pessoas querem começar a jardinar, a cuidar das plantas e muitas vezes não sabem por onde nem como começar. Porém, jardinar e cultivar plantas – quer sejam ornamentais, hortícolas ou aromáticas – são atividades intuitivas, que estão ao alcance de qualquer um de nós.

Não acredito no tal “dedo verde”, que não considero mais do que um mito urbano, e é normal que pelo caminho se “aniquilem” uma série de plantas. É tal e qual como na aprendizagem da culinária, alguns pratos não nos saem bem logo à primeira tentativa… Por isso, quero que saiba que jardinar é de facto algo simples e que qualquer pessoa consegue fazer.

Muitas pessoas pensam que como não têm uma grande varanda, um jardim ou algum espaço exterior não se podem dedicar à jardinagem, porém o facto de termos pouco espaço não é um problema, apenas obriga-nos a ser mais criativos. E como dizia a minha avó: “A necessidade aguça o engenho”.

Para jardinar é apenas preciso vontade, sentido de observação, conhecer algumas regras básicas do funcionamento das plantas, ter algumas horas de sol por dia e alguns materiais básicos. 

É bem mais fácil jardinar do que cozinhar, acreditem! E a forma como os outros fazem não significa que resulte connosco. Com o tempo vamos aferindo os resultados e criando os nossos próprios rituais e formas de fazer.

Aquilo que para mim funciona pode não funcionar para outras pessoas, tenho as minhas opiniões, que irei partilhar de seguida. Contudo, se não resultar à primeira vez como gostaria, não desista de jardinar! Lembre-se sempre que também as receitas de culinária nem sempre nos saem bem e está lá tudo escrito, desde os ingredientes aos procedimentos. 

4 Dicas para descobrir o jardineiro que há em si: 

Deixo aqui algumas dicas preciosas para quem quer descobrir o jardineiro dentro de si:

1. Perceber quais as plantas de que gosta mais, com as quais mais se identifica 

Se são as chamadas “plantas de interior”, as aromáticas, “as hortícolas”, cactos e suculentas, aéreas, etc.. É muito mais fácil dedicarmos tempo àquilo que gostamos do que a algo que não nos diz nada. Se colocarmos carinho e dedicação, tudo se torna mais fácil.

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2. Analisar o tipo de espaço que tem disponível 

Se tem jardim, qual a respectiva dimensão e o tipo de exposição solar, se tem varanda, terraço, pátio, etc.. Consoante o tipo de espaço e exposição solar, deveremos adaptar o tipo de plantas.

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3. Perceber qual o tempo que tem disponível para dedicar às suas plantas

Este é um fator muito importante, pois tal como um animal de estimação, as plantas são seres vivos, embora não sejam tão exigentes como um cão o um gato, ou mesmo um peixe, um pássaro ou uma tartaruga.. precisam ser regadas, limpas, adubadas e observadas com alguma atenção para prevenirmos o aparecimento de pragas e doenças.

4. Começar passo a passo e com “baby steps” 

Muitas vezes queremos tanto ter plantas que vamos a um centro de jardinagem ou supermercado e regressamos para casa cheios de plantas, sem sabermos sequer como começar a tratar delas. Sugiro algo muito simples, comprarem ou arranjarem uma única planta de que gostem e tratarem dela durante pelo menos um mês, mas tratar com todos os cuidados que ela precisa. Se conseguirem cuidar de uma planta e gostarem de o fazer, então despertaram o jardineiro que têm dentro de vocês.

“Comprei uma planta, e agora?”

O primeiro cuidado é a mudança de vaso ao fim de algumas semanas de vir do viveiro, as regas necessárias, a colheita ou poda se for hortícola ou aromática, a adubação se for caso disso.

Estes são os primeiros 7 passos que deve seguir: 

Aqui fica um pequeno guião que será, mais ou menos, o mesmo para quase todas as plantas:

1. Comprar as ferramentas necessárias para jardinar

Vaso adequado ao tamanho para o qual têm de mudar a vossa planta (diâmetro dois ou três dedos acima do vaso em que ela vem do viveiro), substrato adequado à vossa planta (existe no mercado substrato para todo o tipo de plantas e há em pequenos sacos de 5 litros, também podem sempre comprar o universal se não houver outro). Se quiserem fazer tudo certinho com a drenagem do vaso podem comprar também argila expandida e geotêxtil. Uma pequena , uma tesoura de poda, um pequeno ancinho, um regador e um pulverizador e não precisam mais nada.

2. Em casa, colocar a planta no local adequado

Hoje é muito fácil pesquisar e encontrar informações sobre qualquer planta, por isso aconselho a que leiam um pouco sobre a planta que trouxeram para casa para saber se a devem colocar no interior ou no exterior, se ela gosta de sol direto ou apenas de luz sem sol direto.

3. Verificar o estado do substrato

Verifique se o substrato está seco e se estiver convém regar abundantemente até a água sair pelos furos de drenagem. Depois só é preciso voltar a regar quando o substrato voltar a estar seco.

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4. Colocar a planta num local onde a veja diariamente

Para não se esquecerem da existência da vossa planta, coloquem-na num local onde a vejam diariamente e reservem cinco minutos por dia para a observarem – ver se está seca, se mudou de cor, se está com manchas, se as folhas estão descaídas, se tem pintas estranhas, se as folhas estão a enrolar… tudo isso podem ser sinais de que a planta pode não estar bem e, se a observarmos todos os dias, conseguimos evitar mais facilmente que a maior parte dos problemas se agravem.

5. Regar e mudar de vaso

Devem regar sempre que o substrato está seco e, ao final de, pelo menos duas ou três semanas, fazer a mudança de vaso, usando os materiais que se compraram quando se comprou a planta. Atenção que a planta deve ficar à mesma altura do que estava no vaso de onde veio.

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6. A partir daqui podemos perceber se a planta se está a adaptar bem à mudança de vaso. 

  • Se é uma planta ornamental, de interior ou de exterior, irá desenvolver-se e poderá colocá-la no local mais adequado, continuar a regá-la quando o substrato estiver seco, ir rodando o vaso todas as semanas um pouco para que não apanhe luz sempre do mesmo lado e, se no final deste mês ela estiver de boa saúde, pode dar-lhe uma adubação (compre um adubo líquido orgânico adequado para misturar na água da rega);
  • Se for uma planta aromática, coloque-a numa zona exterior ou interior, mas sempre com sol direto. Pode agora começar a colher as folhas, sempre de fora para dentro, usufruindo e prolongando desta forma a vida da planta, o seu aroma e o seu sabor;
  • Se for um cacto ou suculenta, coloque-a numa zona com sol e calor, de preferência no exterior, e regue apenas quando estiver muito calor. Atenção que os cactos são muito mais resistentes ao calor do que as suculentas;
  • Se a sua preferência são as hortícolas, coloque-a lá fora, ao calor, sol e vá colhendo à medida do que a planta lhe vai dando.

7. Se a primeira experiência correu bem, aventure-se com mais uma ou duas plantas, do mesmo género, sem pressas, sem pressão, usufruindo do que aprendeu com a primeira e dos materiais que comprou para a primeira.

Não exija muito de si, se ainda não está segura/o, se ainda não lhe tomou o gosto em pleno. Não desista à primeira, pois é normal que algumas plantas morram, são seres vivos e nem sempre as coisas correm bem. Tenha horas certas para ver as plantas e cuidar delas, para não correr o risco de se  esquecer.

Escolha plantas de que goste, mas também plantas resistentes e fáceis de cuidar, pois desta forma a motivação será maior.

Estas são algumas plantas fáceis para começar a despertar o gosto pela jardinagem:

Plantas para o interior:

Plantas aromáticas:

Flores de exterior:

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Petúnias

Pesquise, leia e veja imagens inspiradoras sobre plantas e ambientes com plantas, desta forma vai sentir mais vontade de colocar as mãos na terra e de as ter perto de si.

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