Assinala-se hoje o Dia Mundial da Hipertensão Arterial (HTA), oportunidade para conhecermos alguns aspectos de uma doença que, estima-se, afecte cerca de 1 500 milhões de pessoas no mundo.
De entre os vários factores de risco de doença, a HTA é a mais prevalente e responsável por uma elevada incidência de doenças cardiovasculares (como o acidente vascular cerebral e o enfarte do miocárdio), mas também de mortalidade prematura e incapacidade.
Como é muitas vezes uma doença assintomática, os doentes podem não ser diagnosticados atempadamente e, mesmo quando o são, dependendo da efectividade do tratamento prescrito, podem ou não ter um controlo adequado da sua situação. Em qualquer destas circunstâncias, o resultado final é a evolução da doença e o surgimento das suas temíveis complicações.
No entanto, sabemos que o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o controlo óptimo dos níveis tensionais condicionam importantes ganhos em saúde.
A importância de um diagnóstico precoce
Em Portugal, a prevalência de HTA na população adulta situa-se entre 25% a 42%. Nesta margem ampla, incluem-se cerca de 1 300 000 portugueses que serão ou não hipertensos. Porque o diagnóstico precoce é importante, deixamos uma palavra de preocupação sobre a metodologia diagnóstica actualmente utilizada, que deve e tem que ser melhorada.
Qual o tratamento para a Hipertensão Arterial?
O tratamento da HTA orientado para níveis-alvo da pressão arterial (PA) inferiores a 140/90 mmHg, visa prevenir as complicações sérias que já apontámos. Hoje, dispomos de fármacos eficazes, seguros e baratos, que devem ser tomados com regularidade e persistência, na maior parte das circunstâncias, ao longo de toda a vida, procurando manter a PA consistentemente dentro dos níveis tidos por adequados. Entre nós, nos últimos 20-25 anos, ocorreu uma redução progressiva e significativa no número e nas fatalidades das doenças relacionadas com a HTA, mais impressiva no acidente vascular cerebral.
Prevenção da Hipertensão Arterial
Tão importante quanto o tratamento farmacológico e contribuindo, também, para esta melhoria assinalável é a aposta na educação em saúde, promovendo a adopção de hábitos e comportamentos saudáveis que incluem a dieta mediterrânica, actividade física regular, abstenção do tabaco e o consumo moderado de sal e de bebidas alcoólicas.
A prevenção e tratamento da HTA é uma tarefa complexa que exige a colaboração, esforço e diálogo permanentes entre decisores políticos, sociedade civil, académicos, profissionais de saúde, indústria alimentar e de bebidas. Só assim será possível os países organizarem programas capazes de responder de forma concertada a este sério e grave problema de saúde pública.