Guia de confinamento para pais

Bárbara Ramos Dias // Março 5, 2021
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Tem um adolescente que lhe põe os cabelos em pé ou deixa desesperado? Então, este artigo é para si! É que para além de Psicóloga há 20 anos, também sou mãe e para a/o ajudar criei este guia de confinamento para pais. 

Estamos em novo confinamento, os pais estão desesperados, cansados, stressados, adolescentes e as crianças estão tristes, irritadas, fartas dos gritos dos pais, com vontade de fugir. A realidade é que nada podemos fazer. Estas são as regras e é assim para todos nós. Então, já que estamos em confinamento com os nossos filhos, vamos aproveitar para criar laços mais seguros e consistentes.

Do que precisam as crianças? E os pais?

As crianças precisam de atenção, de colo, rotinas, gritar, saltar, correr pela casa, sujar, desarrumar… No fundo precisam de simplesmente serem crianças. E nós só precisamos ter paciência para tolerar e lidar com as birras, que são nada mais, nada menos do que puras chamadas de atenção. É a maneira que conhecem para mostrar o descontentamento que estão a sentir.

É extremamente importante que existam limites. 

Ter força para colocar limites não é fácil, principalmente quando estamos esgotados. Mas temos de ir buscar forças e paciência “budistas” de modo a termos paz e harmonia.

Como gerir o stress durante quarenta?

Para além de psicóloga, sou mãe de uma adolescente, um pré adolescente e uma criança. Há dias em que tenho os cabelos em pé. O que faço nessas alturas? Cuido do meu Eu – salto no trampolim ou vou dar uma volta de bicicleta para gerir melhor o stress.

Nesta fase, os nossos filhos só precisam de colo, abraços, muita atenção, de serem ouvidos e da nossa compreensão. Evitem os gritos e os castigos, substituam por elogios e incentivos. Os gritos só fazem com que cresça exponencialmente a agressividade nas crianças.

Como gerir melhor o stress familiar durante o confinamento?

  1. Regras;
  2. Relações saudáveis;
  3. Não pedir perfeição, mas, sim, esforço;
  4. Serem otimistas;
  5. Serem bons “espelho”;
  6. Usar muito a inteligência emocional na disciplina e regras;
  7. Ter horários fixos e rotinas;
  8. Ouvir, acolher, não reprimir e aceitar.

Isto tudo é muito giro, mas como podemos fazer na prática?

24 dicas para gerir melhor o stress familiar durante a confinamento: 

  1. Lembra-te que já foste adolescente e recorda como gostavas que os teus pais lidassem contigo; 
  2. Cuida de ti, nutre o teu Eu (higiene mental), pois se fizeres coisas que gostas tens mais paciência para apoiar os teus filhos;
  3. Organiza regras e rotinas;
  4. Substitui a crítica pelo elogio;
  5. Aproveita para recriares a relação com o teu adolescente;
  6. Ouve o que ele tem para te contar, sem julgar, nem dar grandes discursos; 
  7. Fica atenta/o às necessidades dele(s);
  8. Tem uma atitude vencedora e positiva;
  9. Mostra interesse pelas coisas dele(s) – Filmes, séries, músicas;
  10. Dá colo, porque, sim, ele(s) ainda gosta(m);
  11. Partilha as tuas histórias e aventuras de adolescente, assim ele(s) aprende(m) a partilhar também contigo as suas histórias; 
  12. Incentiva a que se portem bem e a cumprirem jogos ao fim da tarde todos juntos; 
  13. Descobre coisas para fazerem em conjunto, como, por exemplo: dançar, cozinhar, tocar instrumentos musicais, plantar, pintar, fazer barros, legos, teatro,etc.;
  14. Proibir não é solução, aproveita para brincar mais com ele(s);
  15. Dá o exemplo, pois os filhos são o nosso “espelho”;
  16. Façam refeições juntos com horários fixos e rotineiros;
  17. Arranja alternativas ao tablet;
  18. Encoraja a autonomia e responsabilidade;
  19. Está atenta/o a sinais de tristeza e mudança de comportamento do sono, alimentação, apatia;
  20. Insiram-no(s) nas tarefas da casa;
  21. Esclarece as dúvidas que te coloca(m);
  22. Dê tempo livre, pois ele(s) precisa(m) descansar;
  23. Deixe tempo para ele(s) falar(em) com amigos online;
  24. Apoio-o(s) e diz que tens orgulho nele(s). Tem uma atitude encorajadora e não desencorajadora (“sei que vais conseguir”, em vez de “não estudas nada… és horrível”).  

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