Desde os 18 anos que tenho dificuldade em dormir bem. A partir do nascimento da minha filha Beatriz o quadro agravou-se, visto que era uma bebé que não me deixava dormir. Continuou a acordar duas a três vezes por noite até aos 3 anos. Imaginem! Ainda por cima eu apresentava o programa da manhã e tinha de acordar sempre às 07h para a deixar no infantário às 08h. Um tormento. Fui-me habituando a dormir pouco e mal, com tudo o que isso tem de mau.
Os anos foram passando e eu sempre à procura de soluções para dormir melhor.
Rejeitei sempre a ideia de tomar químicos de forma continuada, mas respeito quem os toma. Uma ou noutra vez tomei em SOS, por desespero. Procurei aprender todas as ferramentas de uma boa higiene do sono e pô-las em prática. As tisanas para dormir nunca faltaram aqui em casa e houve pequenos períodos, quando a vida estava menos exigente e stressante, que eu dormia razoavelmente bem.
Quando tive o princípio de burnout, uma das causas maiores foi, sem dúvida, o sono.
Estive muito tempo a dormir pouco e mal, enquanto trabalhava desalmadamente. Claro que deu asneira.
Até ao final de 2023, continuava a haver alturas em que dormia mesmo muito mal e naturalmente que isso tinha impacto na minha saúde física e mental. O meu amigo e fisioterapeuta António Gaspar, que também tinha há anos problemas com o sono, falou-me na NESA, uma máquina desenvolvida por engenheiros japoneses, que ajuda a regular as questões de stress, ansiedade e sono.
A NESA é descrita como “intervenção por neuromodelação não invasiva que atua na origem da excitabilidade e tensão de vários sistemas que podem condicionar, nomeadamente a saúde do sono”.
Decidi que em janeiro de 2024 iniciaria o protocolo para avaliar como me sentia. O protocolo é composto da seguinte forma: 3 vezes por semana nas primeiras três semanas; 2 vezes por semana nas duas semanas seguintes; uma vez por semana durante duas semanas; uma vez de quinze em 15 dias e a manutenção é uma vez por mês. Cada sessão dura 1h. São-nos calçadas umas meias e umas luvas com eletrodos ligados à máquina. É ainda colocado outro eletrodo na base do externo. Não sentimos choques nem nenhuma sensação desagradável.
Cada pessoa tem uma consulta prévia com um fisioterapeuta para que, face às suas queixas, seja decidido qual o programa ideal a fazer.
Desde o início preparei por minha iniciativa um kit que levo sempre comigo, composto pela minha almofada e uma mantinha. Ninguém me disse para o fazer, mas eu entendi que ajudaria a criar as condições ideais para desligar mesmo naquela hora. Não é necessário estar de olhos fechados, nem de luz apagada. Até se pode ouvir música, mas eu entendi que esta é uma oportunidade para o meu cérebro desligar e descansar. Resumindo, depois de deitada e preparada pelo fisioterapeuta, peço que me desliguem as luzes, fecho os olhos e descanso. Às vezes adormeço profundamente.
Só vos posso dizer que desde que comecei este tratamento, a diferença tem sido abismal.
Durmo mais profundamente, acordo menos vezes durante a noite, os níveis de ansiedade decresceram brutalmente e a rentabilidade no trabalho aumentou muito.
Estou mesmo feliz por ter tomado esta decisão. Pela minha saúde.