A música “Este meu jeito”, de Elisa, acompanha muitas vezes o meu início de dia. Inspira-me, faz-me sorrir e dá-me um boost pelo facto de colocar a tónica na importância de cada pessoa ser ao seu jeito e ser respeitada como tal.
A beleza de cada pessoa, está no facto de ser única e poder fazer as suas escolhas e a gestão da sua vida, de acordo com aquilo que sente ser o melhor para si. Além da voz linda da Elisa, que aquece qualquer alma, a letra desta música é altamente inspiradora e faz toda a diferença.
E ser assim como sou
Deste meu jeito que é meu
Desta forma
Venha o fado que eu sambo a morna
Deste meu jeito que é meu
Que é feitio
Só sei que a vida é feita para viver e eu vou viver”
É um lembrete para nos recordarmos que a beleza de cada um está na sua individualidade. Não é sermos cópias, nem imitarmos ninguém. A nossa beleza consiste em sermos autênticos, genuínos, verdadeiros e capazes de nos respeitarmos, aceitarmos e amarmo-nos tal qual como somos.
Um hino ao nosso amor-próprio.
“Só sei que a vida é feita para viver e eu vou viver”, canta a Elisa. Ou seja, não viver a vida a partir daquilo que os outros dizem ou acham. Não permitir que os outros decidam aquele que é o nosso caminho. Se é o nosso caminho, vamos vivê-lo à nossa maneira!
E quero lá saber
Se sou normal
Eu sou poema de Pessoa, arco-íris e vendaval
Sou Joana D’arc, sou Zé ninguém
Sou o que eu for quando eu quiser e se incomoda ainda bem
Eu sou assim
Sou como sou
Um palácio inacabado
Um infinito atrás do fim
Quero lá saber se isso é normal
Só sou assim”
Eu gostava que todas as pessoas ouvissem esta música e se estão a precisar de olhar para vós com olhos de amor, vão buscar a esta letra e a esta música, a força que têm.
Esta questão da normalidade é uma coisa que muitas vezes incomoda.
Há que respeitar o outro seja lá como ele for. Viva ele dentro dos padrões habituais ou não. As pessoas têm direito à diferença, quando a diferença respeita os outros.
Desde que exista respeito, cada um tem direito a ser como é.
Existem pessoas que gostam de ser diferentes e está tudo certo. Gostam apenas de ser diferentes.
“Eu sou poema de Pessoa, arco-íris e vendaval, Sou Joana D’arc, sou Zé ninguém.” Eu diria que esta parte do poema é a combinação perfeita que simbolicamente representa todas as pessoas. É refletirmos com este poema e percebermos que tantas vezes colocamos rótulos para definir as pessoas. E isso só complica!
Amor-próprio, liberdade, aceitação, respeito.
Todos estão bem presentes na letra desta música tão inspiradora. Ainda por cima, a Elisa propõe-nos isto tudo com a doçura única da sua voz, que torna tudo menos assustador e aparentemente mais fácil. Até isso eu acho curioso, porque uma letra destas cantada por alguém com uma voz agressiva poderia soar diferente. A voz da Elisa assegura-nos que, com doçura, podemos todos ser apenas quem somos e sermos respeitados, amados e aceites.
Nota: Fotografia por Verónica Silva