O desconhecimento das nossas capacidades verdadeiramente reais, conduz na maioria das vezes a sensações de conformismo, o que muitas vezes denominamos “ zonas de conforto”. Se estou numa altura em que me sinto bem, forte, rápida, com resistência, com capacidades cognitivas aparentemente elevadas, e não tendo termo de comparação de um estado mais otimizado, eu sinto-me a 100%. O que acontece na maioria das pessoas, nomeadamente atletas, é nunca terem experienciado verdadeiramente os seus limites de performance, se é que existem limites….
Com esta pequena reflexão de hoje, pretendo demonstrar com base numa revisão de estudos científicos, que a maioria dos atletas não mantém uma dieta adequada e ajustada às suas necessidades individuais.
Por exemplo, um estudo realizado em Agosto de 2016, onde se estudou o aporte energético e a qualidade da dieta numa equipa de futebol feminino antes de uma competição, concluiu que as atletas apresentavam um estado nutricional adequado, porém uma dieta com deficiência de energia devido em grande parte à baixa ingestão de Glícidos ( hidratos de carbono). Por outro lado, a ingestão de proteínas, ácidos gordos e sódio estava acima das doses recomendadas, mesmo para atletas. A avaliação da qualidade da dieta pelo Healthy Eating Index – 2010, resultou numa pontuação média de 54,6 pontos de um máximo de 100, indicando uma necessidade de melhorar a qualidade da dieta total.
Outro estudo realizado em 2005, com futebolistas de idades compreendidas entre os 14 e os 21 anos concluiu que, no geral, os resultados mostram que a ingestão nutricional dos jogadores de futebol não era otimizada e que essa ingestão era menor entre os atletas adultos comparativamente aos adolescentes. Concluindo, a maioria dos estudos constata que os padrões dietéticos das/os atletas são inadequados, tanto quantitativa como qualitativamente. Mesmo exibindo uma performance aparentemente ótima, o atleta está em sub – rendimento , ou seja, quando a sua dieta é otimizada, ele torna-se ainda mais rápido, mais eficiente, mais resistente, mais reativo, com maior precisão…. Com base nesta reflexão, considero que a educação nutricional deve ser feita aos atletas em idade precoce e deve continuar durante a adolescência, não só com vista a melhorar o desempenho, como garantir um normal crescimento e maturação, mas também a promover práticas alimentares mais saudáveis a longo prazo, preservando assim a principal “ferramenta de trabalho” – O CORPO.
O recurso à suplementação é de facto comum no desporto, porém suplementar não é substituir os alimentos, é sim acrescentar e complementar um plano alimentar base que permita elevar as competências físicas, emocionais e cognitivas ainda mais alto. Comece quanto antes, BOA NUTRIÇÃO e BONS TREINOS!!!!
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