Empoderamento e autonomia

Fátima Lopes // Março 2, 2020
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Nos últimos tempos muito se tem falado de empoderamento, principalmente em relação às mulheres e à urgência das mulheres se empoderarem. É uma palavra da qual se fala muito. Mas, será que entendemos a sua complexidade?

O que significa empoderamento?

É importante explicar que empoderar nada tem a ver com ter uma atitude superior, altiva, pouco humilde, nem está relacionada com alguém que pretender ser mais do que os outros. E quando se fala em empoderamento feminino não significa que as mulheres querem ser mais do que os homens. Significa, sim, uma oportunidade de nós, mulheres, refletirmos e irmos em busca de todo o nosso valor, de todas as nossas capacidades, de todo o nosso brilho e fazermos uso dele. O empoderamento é, para mim, uma forma de valorizar o nosso conhecimento.

Conhecimento é empoderamento

Quando nos empoderamos significa que olhamos de frente para todo o conhecimento resultante de todas as aprendizagens que a vida nos permitiu ter até aquele momento. Independente do nosso nível de escolaridade, de todas as experiências que tenhamos passado na vida, empoderar é uma atitude que pressupõe que valorizemos o nosso conhecimento. 

Como empoderar-se?

O empoderamento é também um caminho no qual se busca todas as nossas características que sabemos que são mais valias e as enaltecemos. Ou seja, o empoderamento é uma oportunidade de fazer uma autoanálise para identificarmos todas as nossas ferramentas, todas as nossas mais valias, todos os nossos pontos fortes e dar lhes o devido destaque e o devido valor, primeiro para nós e só depois para os outros. 

Isto não significa fazer de conta que não aceitamos as dificuldades que temos, nem percebemos as aprendizagens que nos faltam fazer. Todos temos as nossas fragilidades. Todos temos algo mais para aprender. Todos temos um caminho que ainda não foi feito. Empoderar significa não permitir que o que ainda falta fazer, o que ainda falta aprender e/ou colocar em prática, bloqueie todo o nosso potencial, a nossa competência e as nossas capacidades. 

Somos todos únicos e valiosos.

E o empoderamento pressupõe, excatamente, essa consciência. A consciência de que eu sou tão valiosa, tão competente, tão única como quem me está a ler agora. E todos temos este poder dentro de nós. A questão é: o que fazemos com esse poder? Ou valorizamos, potenciamos e usamos o nosso poder pessoal como um trampolim para evoluirmos. Ou continuamos a olhar para todo o caminho que percorremos até agora e continuamos a preferir colocar o nosso foco no caminho que ainda nos falta percorrer. E isso retira todo o valor a tudo o que conquistámos até agora. Retira-nos todo o nosso poder pessoal. 

Não há empoderamento sem valorização.

Não há empoderamento sem autoestima. É quando nos empoderamos que nos expandimos. Que crescemos e nos tornamos mais resistentes. Que aumentamos a nossa autonomia. 

Como empoderar uma pessoa?

Conseguir empoderar uma pessoa é conseguir que essa pessoa reconheça o valor e o poder que tem. É conseguir que essa pessoa entenda que só a si lhe cabe decidir o que quer fazer com a sua vida. O empoderamento pressupõe agarrar a vida com as nossas mãos e sermos os arquitectos da nossa vida. O dia em que decidimos que queremos ser nós os únicos arquitectos da nossa vida então nós, efectivamente, empoderamo-nos. E, atenção, isto não tem nada de arrogante, nem de falta de humildade, nem de acharmos que somos mais do que os outros. Isto é apenas e única e exclusivamente a capacidade de olharmos para nós e vermos todo o valor que temos, respeitando todo o trajecto que já fizemos. 

Nota: Fotografia por Verónica Silva

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