Com todas as alterações climáticas que o planeta tem vindo a sofrer, é previsível que a seca nos acompanhe. Para além das decisões que dependem dos governantes e que permitem ao país poupar água, cabe a cada um de nós, nas nossas casas e nas nossas vidas, fazer a parte que nos compete.
As notícias das últimas semanas, relacionadas com a falta de água, têm sido verdadeiramente assustadoras. Não vale a pena pensar que se calhar são exageros da Comunicação Social porque basta olhar para as imagens das nossas barragens, de norte a sul do país, para perceber que é a mais dura das verdades.
É urgente que se mudem hábitos e se utilize muito menos água do que costumamos fazer.
Bem sei que estamos habituados a abrir a torneira e a ver a água sair sem limitações, mas quando se passa pela experiência de racionamento de água, ganha-se outro respeito por este bem essencial à vida.
No que é que podemos fazer a diferença?
Recuperando muitos hábitos das gerações antigas, que não contavam com o luxo da água canalizada. Dou exemplos, que pratico aqui em casa:
- Ter sempre um balde na banheira/poliban, para aproveitar a água fria, até esta aquecer;
- Fechar a torneira enquanto se ensaboa e ser rápido no duche;
- Nunca fazer banhos de imersão;
- Utilizar a água aproveitada antes do banho, para deitar na sanita, nas quantidades corretas em cada situação. Assim, evita-se o imenso desperdício de água que acontece muitas vezes com os autoclismos;
- Essa mesma água, para além da sanita, pode ser usada para regar as plantas ou lavar o chão. Também a pode utilizar para cozinhar, pois trata-se de água potável e em perfeitas condições;
- Utilizar um copo para bochechar, quando se lava os dentes, em vez de manter a torneira aberta com a água a correr;
- Na lavagem das mãos, fechar a água enquanto as ensaboa;
- Na cozinha, não realizar tarefas com água a correr. O velho sistema de pequenos alguidares no lava-loiças é fantástico. Lavar loiça ou alimentos à torneira, nem pensar;
- Tanto a máquina de lavar roupa como a de lavar loiça, só se põem a funcionar quando estiverem cheias. E também não é necessário lavar a loiça antes de a colocar na máquina;
- Tudo o que forem lavagens não prioritárias, dentro e fora de casa, devem ser suspensas por agora.
Outras práticas existirão com certeza, mas se começarmos todos por implementar estas, podem ter a certeza que já farão a diferença. Lembrem-se, não há um planeta B.
Nota: Fotografia por Verónica Silva