Dormir é bom

Teresa Paiva // Abril 5, 2018
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As sociedades modificaram-se de forma substancial no último século e de forma acelerada nas últimas décadas.

A descoberta da eletricidade, o desenvolvimento industrial e tecnológico, o controlo sobre a energia, a produção alimentar e as comunicações, as guerras mundiais e as muitas guerras localizadas mudaram comportamentos e crenças.

Nas sociedades ocidentais e ocidentalizadas os paradigmas sociais passaram a privilegiar o “ter” e o “sucesso”, e a sociedade internacional desenvolveu novos hábitos de vida e de trabalho.

A sociedade passou a funcionar em contínuo, primeiro 24h por dia, e depois os 7 dias da semana. Os prazeres modificaram-se e estenderam-se pela noite; os afazeres também. Foi possível viajar de forma rápida e barata pelo mundo inteiro; é fácil comunicar a toda a hora para milhares de sítios e as redes sociais tornaram os outros, pelo menos aparentemente, mais próximos. A esperança de vida aumentou de várias décadas em poucos anos. A alimentação existe com fartura e os grandes centros de distribuição exibem prateleiras infindáveis de alimentos, bons ou maus, à escolha. Os centros comerciais expõem produtos de luxo a par de produtos com sofisticados “designs” a baixo custo. A ideia de amor e de sexo perpetua-se em cartazes publicitários. A miragem felicidade está nos centros comerciais, no comunicar, no viajar, no jogar, no ter, no sucesso de um clube, no espectáculo de um artista, ou na infinidade de ideias que flutuam no mundo virtual.

Os humanos acharam-se invencíveis, pequenos deuses na terra, basicamente sem limites.

Neste enquadramento o sono passou a ser visto como um empecilho para o trabalho, a produtividade, os interesses económicos, os prazeres.

Por isso, desde o último século, dorme-se menos, e progressivamente menos, e este “deficit” atinge todas as idades.

Por outro lado, há muitas doenças do sono, cerca de 100, e por sua vez o sono interfere em todos os sistemas do nosso organismo, complicando a maior parte das nossas doenças.

É pois do sono, do que ele nos dá, de como pode correr mal e correr bem, que eu falarei no “Simply flow”.

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