A história de um caso de Ciática
Muitas pessoas sofrem da chamada dor ciática, que não escolhe faixas etárias. Pode ser nos mais idosos por degeneração das vertebras, que provoca falta de espaço devido ao desgaste do disco. Este desgaste pode provocar uma compressão do nervo ciático. Pode acontecer nas grávidas devido á postura da coluna, nos trabalhadores ativos devido ao trabalho e às suas posturas viciantes, entre tantos outros.
Quando começamos com queixas na lombar, devemos imediatamente procurar ajuda. Se essas queixas forem logo vistas e o problema detetado, a sua resolução é na maior parte das vezes mais rápida, mas se continuarmos a pensar “isto passa” e tomamos anti-inflamatórios ou relaxantes musculares, as queixas aliviam, mas o problema continua lá. Muitas vezes mais tarde, as dores vêm com mais força, mais intensidade, pois o problema agrava-se.
Dou-vos o exemplo do meu caso. O meu, sim, porque como diz a expressão,“em casa de ferreiro, espeto de pau”. Tenho que confessar que sou daquelas pessoas que trabalha, trabalha, trabalha e esqueço-me de tratar e arranjar tempo para mim, como acontece com tantas pessoas nos dias de hoje. Comecei com lombalgias, mas como não tinha tempo para parar, em casa fazia simplesmente um saco de água quente. Cheguei a tomar anti-inflamatórios e andei assim durante dias e dias, até que, claro, a inflamação agravou e começou a irradiar para o membro inferior esquerdo. No início era um ardor que se foi agravando. Ainda cheguei a pedir a um colega que me tratasse, mas já estava numa fase muito avançada. Aliviou no dia, mas continuei com a minha rotina e claro que um dia quando acabei as minhas consultas, sentei-me no meu carro para ir para casa e a dor aumentou 10 vezes mais. Fui para casa com as lágrimas a cair e a gritar de dor. Assim que sai do carro estive 10 dias sem me conseguir sentar. As dores eram lancinantes e tive de ir para o hospital de ambulância. A viagem foi muito dolorosa e no hospital foram precisas sete horas para me aliviar do sofrimento. Numa escala de 0 a 10, a dor ficou com 7. Durante uma semana a dor continuou igual e depois lá foi melhorando. Só comecei a sentir totalmente a perna quase 2 meses depois. Ate lá não sentia a coxa, não tinha sensibilidade nenhuma.
Tudo isto porque não dei valor aos sinais que o meu corpo me dava e eu sabia o que estava a acontecer. Mesmo assim fui teimosa e continuei.
Isto para vos mostrar o que pode acontecer quando não olhamos para nós.
Dor ciática é um sintoma de uma patologia da coluna lombar.
Os problemas da coluna lombar mais comuns que podem causar sintomas ciáticos são:
Hérnia de disco, doença degenerativa do disco, espondilolistese, estenose espinhal ou por compressão do musculo piramidal.
A ciática pode provocar um ou mais destes seguintes sintomas: dor constante em apenas um lado da nádega ou perna (raramente em ambas as pernas); dor que piora quando sentado; dor nas pernas que é muitas vezes descrita como queimação, formigueiro; fraqueza, dormência ou dificuldade em mover a perna, o pé e / ou os dedos dos pés.
É uma dor aguda que pode dificultar qualquer posição ou o andar.
Uma dor que irradia para a perna de forma descendente e possivelmente, no pé e dedos (raramente ocorre apenas no pé).
A dor pode variar entre inconstante, constante e incapacitante.
Os sintomas normalmente são na localização do nervo comprimido.
Contei-vos a minha história para perceberem a gravidade de se deixar uma simples lombalgia sem o devido tratamento e no tempo certo.
As raízes do nervo ciático vêm desde a L4 até à S3, formam o nervo e depois passam por baixo do músculo Piramidal, descendo pela parte posterior da perna até ao dedo grande do pé. É o nervo mais largo e mais comprido dos membros inferiores.
Em Osteopatia podemos ajudar. Claro que se sentirem alguns destes sintomas que referi, antes que agravem procurem ajuda especializada. Na maioria dos casos recupera-se na totalidade e noutros consegue-se aliviar a dor. Claro que depois tem que se fazer exames para um melhor diagnóstico.
Em consulta vamos tentar ganhar espaço entre as vértebras na zona afetada, melhorar a funcionalidade da bacia, para melhorar a circulação e diminuir a inflamação, diminuir a tensão muscular e assim ajudar na descompressão do nervo.
Volto a lembrar um ponto muito importante já referido noutros textos: o EXERCÍCIO FISICO para evitar lesões, porque promove uma boa postura, uma boa circulação e a liberdade de movimentos. Resumindo, uma boa vitalidade para o corpo. E já agora lembrem-se da consulta para prevenir a doença.
Carla Rosa
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