As doenças mentais afectam todos os anos, 1 em cada 4 dos portugueses. Estes números são elevados em todo mundo, mas Portugal consegue ser dos países europeus com um índice maior de doenças mentais. Os estudos indicam que as doenças mentais são aquelas que mais provocam incapacidade, em termos de dias de incapacidade. Isto significa que as doenças mentais têm mais influência nos dias de afastamento do trabalho, por exemplo, devido à incapacidade que elas trazem. Mais que o cancro, que as doenças do coração… Por isso, temos de nos preocupar com as doenças mentais e com o sofrimento que causam às pessoas.
Tenho-me repetido frequentemente quando digo que “é importante chegarmos a todos” no que respeita à promoção da saúde mental e ao ensinar estratégias de prevenção primária (quando a doença mental ainda não existe), mas também secundária (o tratamento das doenças mentais após elas se instalarem).
Muitos são os livros e os relatos de auto-ajuda escritos por pessoas que não são técnicas, nem têm formação suficiente na área. Para interferir no cérebro das pessoas é importante ter muita formação. Não apenas naquilo que se pode fazer para ajudar as pessoas, mas também, e mais ainda, naquilo que devemos respeitar e não interferir. É uma ciência complexa que requer muitos anos de estudo e de experiência.
A importância de chegar ao público em geral
Por isso, tenho sublinhado a importância que existe em que aqueles que ensinam aos médicos, possam também desenvolver estratégias para chegar ao público em geral. Tal como acontece, e deve acontecer, noutras áreas da Medicina.
Tenho-me aliado a algumas figuras importantes da Comunicação Social e a Fátima Lopes é uma pessoa muito especial nesta matéria. Não foge dos assuntos difíceis, daqueles que tocam realmente na população. Permite que se fale deles, que se “toque na ferida”, de uma forma rigorosa, mas ao mesmo tempo acessível. É isso que tenho tentado fazer no Simply Flow entre outras iniciativas para as quais ela me convida.
Felicito-a por me ajudar nesta arte de dizer a verdade às pessoas e tentar ajudá-las com informação de base científica e rigorosa, mas sempre de forma acessível e clara.