Registe! Hoje, 15 de Junho, assinala-se o Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa.
Este dia foi instituído em 2006 pela Rede Internacional para a Prevenção do abuso à pessoa idosa. Se já nessa altura havia alguma consciência de que os mais velhos não estavam a ser bem tratados nos países desenvolvidos, hoje ninguém tem dúvidas que esta é uma realidade comum.
Fala-se do tema, mas pouco e nem sempre de forma profunda.
A sociedade tem vergonha dos idosos e, por isso, foge de reconhecer que não os trata bem.
O envelhecimento da população tem trazido o aumento dos maus tratos físicos e psicológicos e o seu esquecimento tanto pelas famílias, como pelos serviços que os deveriam acolher e cuidar com dignidade e carinho. Custa-me a perceber porquê.
No tempo dos meus avós era impensável não estimar um idoso, não cuidar dele o melhor possível até ao fim dos seus dias e não o amar e respeitar pelos laços familiares e exatamente por ser idoso. Ser idoso garantia respeito, porque havia a consciência de que a idade é mais do que a soma matemática dos anos. É uma vida vivida enquanto se ajuda outras a construir. É o acumular de experiência e sabedoria, extremamente valiosa para sabermos fazer as melhores escolhas no trajeto da vida.
A verdade é que, apesar de vivermos numa sociedade cada vez mais envelhecida, continua a predominar entre nós uma visão negativa do envelhecimento.
A sociedade olha para quem envelhece apenas como alguém frágil, doente e dependente. Esta visão negativa e os preconceitos associados às pessoas idosas, levam ao desrespeito pelos seus direitos, à exclusão e marginalização.
Uma pessoa que desrespeita ou maltrata um idoso, nunca poderá ser boa pessoa.
Além de não ser boa pessoa, é alguém incapaz de olhar para a linha da vida e de se lembrar que hoje são eles os idosos, amanhã seremos nós. E então: quando lá chegar, como quero que me tratem e que olhem para mim?
Nota: Fotografia por Verónica Silva / Carolina Prata