Hoje, no maior dia do ano, o solstício de verão no hemisfério norte, comemora-se o dia internacional do Yoga.
A existir e proliferar pelo “boca a boca” desde há 5000 anos, a prática de yoga foi apadrinhada pelo governo indiano em 2014 e começou a ser celebrada a partir de 2015. Embora exista há mais de 5000 anos, só começou a ser registada e organizada em dois livros base mais recentemente: Yoga Sutras e Bhagavad Gita. São livros de filosofia mas também de aplicação às questões práticas com que nos defrontamos todos os dias.
Existem inúmeros tipos de yoga pelo mundo inteiro. Uns mais fundamentalistas, outros mais virados para as necessidades das pessoas em determinado instante da vida, mas yoga é só uma. É uma ferramenta. E na minha perspetiva, cada pessoa vive-a de forma diferente, de maneira muito pessoal e distinta. Por isso, quando me abordam a perguntar que tipo de yoga dou, internamente penso “o meu”, mas respondo “Ashtanga”. Acredito que não existem métodos fechados, ou pessoas fechadas e terminadas, ainda para mais no Yoga, em que cada dia é um dia diferente e nós todos os dias estamos diferentes, EM PROCESSO. Yoga é a tal ferramenta que referia acima, uma invenção do ser humano para ele mesmo, um processo de progressão físico, mental, emocional e espiritual, sempre em mutação.
Mas para ser mais claro, Yoga significa várias coisas, entre elas a mais importante para mim é união. Unir o corpo com a mente. Faz todo o sentido! Se olharmos para o cérebro humano como o “representante legal” da mente, é um órgão, que sozinho consome 70% da nossa energia (açucares em circulação). Que da nossa circulação sanguínea usa 20% do sangue que vem do coração para se alimentar. Mas também é o responsável por guardar e tratar toda a informação que recebemos do que rodeia, produz e controla emoções, faz escolhas e dá respostas. Por isso faz todo o sentido que, para produzir saúde e bem-estar, seja necessário unir corpo e mente.
Claro que estou a simplificar, mas se eu conseguir diariamente acordar, sair da cama, ver o mundo à minha volta e tomar decisões que me respeitem e me desenvolvam como ser humano, já faz sentido fazer yoga todos os dias, pois com uma única ferramenta consigo alinhar-me na direção do meu bem-estar e por consequência afetar positivamente os que me rodeiam.
Quando se fala numa prática milenar, desenvolvida por seres inteligentes, pode ser tão complexa como nós. Evoluiu connosco e por alguma razão não desapareceu. Na minha opinião deve-se ao facto de ser mesmo útil, prática, sem necessidade de utensílios ou tecnologia. Mas também pode ser tão simples que quem nunca fez nada de exercício físico ou mental, com qualquer idade, pode fazer yoga e usufruir dos seus benefícios.
Experimente! Deixe o preconceito que tem sobre esta prática de lado e por 1 hora desafie-se física e mentalmente.
Pedro Mendes
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