Eu gosto muito do número 13 e saber que a 13 de novembro celebra-se o Dia da Bondade é mais uma razão para gostar.
É estranho existir um dia da bondade, não acham? Como estranho será se existir um dia da compaixão, ou da compreensão, ou da tolerância. Se calhar há. Não sei. Simplesmente porque qualquer uma destas características deveria simplesmente fazer parte da nossa forma de sentir ou agir. Não acontecendo isto naturalmente, como seria desejável, marca-se no calendário.
Quando penso em bondade, faço o exercício de pensar em pessoas que personificam em si a bondade. A primeira que me ocorre sempre e ninguém se assemelha a ela, é a minha avó materna.
A minha avó Maria do Carmo era uma mulher que não conhecia a maldade. Nunca a ouvi criticar ninguém, nem dizer nada que não fosse abonatório. Mesmo quando tinha razões para o fazer. Simplesmente não conseguia. O seu nível de compreensão e tolerância batiam todos os recordes. E o mais bonito é que não o fazia para agradar ou impressionar. Ela sentia genuinamente que as pessoas não eram más. Tinham apenas momentos, fases ou atitudes em que podiam ter feito qualquer coisa que não correspondia à sua natureza.
Para a minha avó Maria do Carmo a natureza humana era boa. E ponto.
Nunca a ouvi pedir o que quer que fosse ou lamentar-se, independentemente do que estivesse a viver. Aceitava o que a vida lhe dava, sempre com uma compreensão extrema, justificada pela imensa fé que depositava em Deus. O sorriso e o abraço da minha avó eram únicos, exatamente por serem feitos desta bondade que multiplicava amor à sua volta.
A minha mãe costuma dizer, e eu concordo, que a minha avó Maria do Carmo era uma santa. E era mesmo.
Tanta bondade numa pessoa só, capaz de apaziguar as suas dores e as dos outros.
Um exemplo que me inspira todos os dias a tentar ser melhor pessoa.
A deixar que a bondade ocupe cada vez mais espaço no meu coração. Eu sei que isso faz-me sentir feliz e faz os outros felizes. E existirá maior prova de bondade do que estar disponível para construir a felicidade dos outros?
Nota: Fotografia por Verónica Silva
