Estamos atualmente, a viver em piloto automático e nem nos damos conta disso.
As tarefas são feitas automaticamente, conduzir acontece automaticamente, trabalhar acontece automaticamente, caminhamos automaticamente, totalmente alienados do nosso corpo, em casa agimos automaticamente e, por vezes, nem nos damos conta de que nem ouvimos as partilhas do nosso núcleo familiar.
O que significa isto do automaticamente?
Significa que estamos a viver “fora do nosso próprio corpo”, que estamos a sair da importância do sentir, que já não pensamos no que sentimos, nem sentimos o que pensamos…
Entrámos numa era de automatização, como se os seres humanos tivessem de acompanhar a rapidez dos computadores ou robôs, como se o importante fosse apenas fazer e o problema está, em que nesse fazer, muitas das pessoas já não encontram prazer, satisfação ou alegria, encontram antes peso, pressão, sentimento de obrigação ou mesmo tédio.
Afinal, o que nos torna humanos?
Porque caímos nesta urgência do “fazer, fazer, fazer” e saímos da importância do sentir? O que nos difere dos gadgets? Nunca vamos poder acompanhar efetivamente, a rapidez de um computador, precisamente porque não somos um computador!
Somos humanos e num ser humano existem sensações, emoções, prazer, vida, alegria, sonhos, vontades! E o que estamos a fazer a tudo isso?
Caminhamos na rua de forma automatizada, alienados do nosso ritmo cardíaco, da nossa respiração, já não olhamos nos olhos de quem se cruza no nosso caminho, já não sorrimos para desconhecidos só porque sim, já não reparamos nas paisagens, sons da natureza… O importante é chegar a algum lado com rapidez.
Quantas vezes já conduziste até um destino e não te recordas de como lá chegaste? Quantas vezes guardaste uma chave num dos bolsos das calças e não te lembras de a ter colocado lá? Quantas vezes falaram contigo e não ouviste?
Isto são sinais do “modo robô”, sinais de se estar a viver em piloto automático, distante das sensações do próprio corpo.
Humaniza-te!
Esta semana desafio-te a fazer uma introspeção, fecha os olhos e repara na tua rotina, quais são as horas do dia em que tu estás a desempenhar tarefas, já sem pensar nelas? De forma automática e sem qualquer prazer?
Depois observa nas 24 horas do teu dia, quais são os momentos em que estás consciente de ti, em que estás presente nas tuas emoções, em que sentes satisfação, alegria. Quais são as horas do dia em que estás a sonhar? O que fazes para a concretização dos sonhos?
Humaniza-te, é urgente regressarmos a “casa” e assumirmos o nosso lado humano, somos únicos pela nossa capacidade de sentir a vida a correr-nos pelas veias do nosso corpo, pela capacidade de amar, pela capacidade de cuidar, pela extrema capacidade de sentir…
Esta semana observa-te e repara como é grande a diferença de viver só para fazer, assumindo um lado robótico e automatizado, e como é tão diferente, viver num estado de presença de si mesmo, em que se observa a vida que acontece lá fora, bem como a vida que acontece bem dentro de nós.