“Curar através das palavras” é o primeiro livro de não ficção de Rupi Kaur e é um autêntico curso de escrita criativa para curar a alma.
Durante a nossa infância não nos falta imaginação. Basta olharmos para as crianças, para vermos a facilidade com que, com uma simples caixa de papelão, se entretêm horas a fio em autênticos teatros de príncipes, princesas e dragões, ou corridas de carros imaginários. Dançam em qualquer lugar quando a música toca. Pintam e rabiscam coisas imperceptíveis aos nossos olhos, mas que nos apresentam como incríveis obras de arte.
Depois crescemos, entramos na escola, seguimos eventualmente para a universidade e, com o rumo “normal” da vida, os dias vão passando empurrando esta imaginação para um cantinho, até que deixamos mesmo de recorrer a ela. Deixamos de brincar, muitas vezes de dançar, de escrever… Arrumamos a criatividade bem longe não permitindo que ela faça parte do nosso quotidiano.
E se eu lhe disser que arrumar o guarda-fato, tratar das plantas, cozinhar e até arranjar uma desculpa para não ir àquele encontro de amigos, são atos criativos?
Por mais que a vida pareça afastar-nos da nossa imaginação e criatividade, elas estão sempre presentes, mesmo que inconscientemente, nos simples atos do dia-a-dia, como por exemplo, a organizar a casa.
Criar é considerado um ato terapêutico.
Entre tantas outras coisas, criar tem um efeito terapêutico. Foi precisamente a pensar nisso que a poeta Rupi Kaur lançou o livro “Curar através das palavras”, um guia que propõe exercícios de escrita de modo a que possa recuperar a sua criatividade.
“Curar através das palavras” é um guia para potenciar a criatividade, ao mesmo tempo que percorre um caminho de autodescoberta e de cura.
Os exercícios que Rupi pratica e propõe neste livro são baseados no próprio processo de autodescoberta, onde estimulou a sua criatividade através do desenho, da escrita e da leitura. São ferramentas que ajudam o leitor a explorar temas como o trauma, a perda, a separação, o amor e a celebração do Eu.
Este livro é uma experiência catártica de autodescoberta.
É também uma forma de implementar um tempo para si, na agitação dos dias, para se sentar e ter um momento só seu, praticando mindfulness através da escrita.
Nota: Fotografia por Verónica Silva