A comunicação clínica é um tema fascinante e com o poder de mudar o rumo de uma vida. Uma consulta, em qualquer especialidade, pode ser a solução que precisávamos para um problema que nos incomoda. Um problema de pele, um desarranjo intestinal, mau hálito, a aparência da face, dores nas costas, zumbido, pensamentos negativos, insónias. Tantas coisas grandes e pequenas que mexem connosco. Mas quem nos vai dar a atenção que precisamos?
Uma consulta é um momento de relação entre duas pessoas, num cenário de saúde. Infelizmente, a generalidade dos profissionais de saúde é treinada para conversar com a doença e não com a pessoa. Os profissionais querem os detalhes da situação para planear o melhor tratamento. Levam a sua própria agenda para a consulta, sem considerar a do paciente. Há uns dias, uma amiga médica mostrava-me um caso real descrito na literatura, em que no final do atendimento, quando o médico diz “Terminamos. Até à próxima”, o paciente responde “Não, doutor. O senhor fez a sua consulta. Agora vamos fazer a minha”.
Comunicação que ajuda as pessoas com problemas de saúde
Se quer um exemplo do tipo de comunicação que ajuda as pessoas com problemas de saúde, pode ver o programa de televisão Bad Skin Clinic. A Dra. Dr Emma Craythorne é um exemplo incrível a comunicar: conecta-se à pessoa, faz boas perguntas para entender o que se passa pela perspetiva da pessoa, pergunta-lhe se já conhece este ou aquele método e só depois então sugere o tratamento.
Para ser justa, tenho de lembrar que há condições que são impostas aos profissionais de saúde, quer no setor público, quer no setor privado, relacionados com a pressão do tempo, dos resultados e dos recursos que criam bloqueios.
Porém, sei qual a cura para este problema de comunicação.
Como melhorar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes?
Para os profissionais de saúde, é preciso assegurar que têm ferramentas para perceber de pessoas e sobre como falar com elas, na formação graduada e pós-graduada. Para os pacientes, deixo um apelo: vamos preparar-nos para as nossas consultas? Sim! Às vezes, vamos sem ter pensado muito no assunto (estamos a excluir urgências).
Pode escrever as respostas às perguntas abaixo e ir preparado para a consulta:
- O que me incomoda?
- Porque quero ajuda, agora?
- Como é que já tentei resolver o assunto?
- Que medicação, tratamento, rotina está a usar neste momento?
Porque não dizemos a verdade aos médicos?
Da minha parte, deixo-lhe o convite para escutar o episódio “Porque não dizemos a verdade aos médicos?” do meu podcast “Plenamente” se quiser saber mais sobre este tema.