A Síndrome do Pânico, também conhecida como Perturbação de Pânico, atinge mais de 170 milhões de pessoas em todo o mundo, prejudicando severamente a qualidade de vida de quem sofre deste problema. Isto porque a partir desta perturbação podem surgir outras tantas, tais como: depressão, ansiedade generalizada, agorafobia, fobia social, etc.
O que é a Síndrome do Pânico?
A Síndrome do Pânico é um distúrbio psicológico que leva uma pessoa a ter diversas crises de medo, pavor e angústia, sem motivo real para desencadear tal reação. As crises de pânico são caracterizadas por períodos de intensa ansiedade que duram em média dez minutos e que começam de forma inesperada. Durante uma crise, a pessoa tem a sensação de que vai morrer, o seu coração acelera, o corpo começa a ter suores frios e fica trémulo. Apesar da complexidade deste distúrbio, a Síndrome do Pânico tem cura quando é devidamente tratada com profissionais qualificados.
Quais são os sintomas da Síndrome do Pânico?
Um ataque de pânico acontece subitamente em qualquer situação e em qualquer momento do dia – seja durante uma reunião de trabalho, seja a conduzir, enquanto limpa a casa e se dedica às lides domésticas ou até mesmo a dormir. Durante a crise, uma ansiedade, sem aparente motivo, surge em segundos, gerando uma série de outros sintomas que rapidamente se tornam incontroláveis.
Sintomas físicos:
- Palpitação, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia;
- Sudorese e tremores;
- Dificuldade em respirar, falta de ar e sensação de sufoco;
- Calafrios e náuseas;
- Dores no peito e desconforto;
- Dor de cabeça, tontura e até desmaios.
Sintomas emocionais:
- Medo da morte iminente;
- Ansiedade exagerada e descontrolada;
- Medo de perder o controlo;
- Medo de uma tragédia iminente;
- Sentimentos de desproteção e desamparo;
- Sensação de estar fora da realidade.
Quais são as causas da Síndrome do Pânico?
Embora não existe uma causa específica da Síndrome do Pânico, existe um conjunto de fatores internos e externos que podem desencadear o desenvolvimento deste distúrbio psicológico, tais como:
Factores internos:
- Pré-disposição genética;
- Stress;
- Excesso de autoexigência;
- Falta de resiliência;
- Desequilíbrio emocional.
Factores externos:
- Morte de alguém próximo;
- Traumas como acidentes, assaltos;
- Mudanças radicais na vida;
- HIstórico de abusos sexuais;
- Outros traumas de infância.
Neurologicamente, o distúrbio do pânico é causado pelo desequilíbrio dos neurotransmissores – em alguns momentos, uma falha na comunicação entre as células transmite a informação de que a pessoa precisa de se proteger e reagir a uma situação de risco que, na verdade, não existe.
Sob o ponto de vista da inteligência emocional, o principal fator que desencadeia a Síndrome do Pânico é a relação afetiva materna, desde a gestação até ao momento actual. As pessoas que desenvolvem esta síndrome carregam uma crença de desamparo e desproteção em relação à mãe – seja por algum trauma em que tenha passado medo ou abandono profundos, seja por alguma interpretação distorcida que foi dada pela criança. Por exemplo, uma criança pode interpretar que o pai e/ou a mãe a abandonam sempre que saem para trabalhar e demoram a chegar – e, assim, a criança cresce com essa sensação de desproteção e desamparo. Até mesmo uma mãe que esteve muito ansiosa durante a gestação pode passar essa característica para o respectivo filho, e esse excesso de ansiedade pode desencadear a Síndrome de Pânico.
Existe cura para a Síndrome de Pânico?
A cura da Síndrome de Pânico está na descoberta e na ressignificação das respectivas causas. Na maioria dos casos são necessários alguns medicamentos para agir no sistema nervoso central, equilibrando os neurotransmissores e diminuindo a ansiedade da pessoa. Porém, o uso de medicamentos apenas vai aliviar os sintomas sem tratar o real motivo que desencadeou a doença. Quando não olhamos para as questões psicológicas e emocionais, por mais camufladas que estejam, elas permanecem vivas dentro de nós, podendo manifestar-se a qualquer momento.
A Hipnoterapia como ferramenta de tratamento
De acordo com o histórico emocional e os conteúdos inconscientes do paciente, é possível atribuir novos significados a acontecimentos ou interpretações que trazem as crenças de desamparo e desproteção, ensinando o paciente a diferenciar o que realmente é uma situação de risco e o que é apenas um padrão que foi criado ao longo dos anos.
É muito importante, ainda, trabalhar questões da personalidade – como excesso de responsabilidade, autocrítica e perfeccionismo. Isso porque as pessoas com estas características apresentam, normalmente, dificuldades para lidar com situações inesperadas, o que pode trazer um alto nível de stress e ansiedade, desencadeando a crise.