Como sobreviver ao Dia dos Namorados

Fátima Lopes // Fevereiro 14, 2019
Partilhar

Numa sociedade onde tudo é programado, previsto e padronizado, datas como a do dia dos namorados, quase que se impõem como obrigatórias. Para muita gente é uma verdadeira dor de cabeça, porque já não sabem o que fazer de diferente, porque neste dia, por acaso, até não lhes apetece celebrar nada, porque marcar o que quer que seja é um stress…

Os restaurantes com um ambiente um pouco mais tranquilo, já nem digo romântico, por exemplo, programam a sua ementa especial para quem vem celebrar o amor. Consequência disso, estão esgotadíssimos.

As lojas vestem-se para o dia e, mesmo quem diz não ligar a esta data, quase que é obrigado a comprar qualquer coisa, para não sentir que é um enamorado pouco cuidadoso.

Eu nunca dei importância a esta data.

Se desse para programarmos algo, muito bem. Se não desse, tudo bem na mesma. Valorizo um milhão de vezes mais, ser surpreendida e mimada num dia qualquer que não esteja imposto pelo calendário. Assim tenho a certeza que é genuíno e espontâneo. O cuidado diário, o amar bem, a disponibilidade para fazer coisas que deixem o outro feliz, é que dão sentido a uma relação.

E quem não tem namorado, como é o meu caso, como é que sobrevive a este dia cheio de corações por todos os lados?

Brincando com a data. No ano passado eu e alguns amigos também sozinhos, organizámos um jantar. Marcámos um restaurante, mas foi complicado aceitarem um grupo. Afinal era dia dos namorados e não se pressupõem celebrações colectivas.

Divertimo-nos imenso, até porque fizemos o ‘amigo secreto’, com as maiores parvoíces que possam imaginar. Foi uma noite inesquecível. Até para o senhor do restaurante que se deve ter arrependido de marcar um grupo barulhento, ao lado de tantos casalinhos.

Este ano, os que permanecem sozinhos, não se conseguiram organizar, por isso hoje o jantar do dia dos namorados, é com o homem da minha vida: o meu filho. Vou pôr a mesa como faço todos os dias, com velinhas e tudo, porque ele gosta muito. Falamos do que ele quiser, até dos seus amores. Sim porque nesta idade, o coração já palpita…

Nota: Fotografia por Verónica Silva.

Social Media

Copyright © 2023 Simply Flow. Todos os direitos reservados.

Este site utiliza cookies para melhorar a sua experiência. Aceitar Saber mais