Jonah Hill precisou de fazer terapia e encontrou o terapeuta Phil Stutz. O resultado é um documentário de 96 min em que há uma inversão de papéis sobre quem faz as perguntas a quem. Quase todos os terapeutas, de várias nacionalidades gostaram, e quem faz terapia em vários países também gostou de ver que não é o único a procurá-la. Uma das ferramentas de Stutz é dizer verdades óbvias que precisam de ser lembradas, como, por exemplo, “Dor, Incerteza e Trabalho Constante” são dados adquiridos na existência humana. Assim, como manter a saúde mental perante a adversidade?
No trabalho de Stutz pode encontrar algumas ferramentas que, inclusive, ele passou a escrito. Mas vou atrever-me a apresentar as ferramentas que mais sentido fazem no contexto da realidade portuguesa. Partilhamos muitas coisas como seres humanos, no entanto é inegável que a cultura acrescenta especificidades.
Sobre aceitação e resignação:
O nosso país apresenta taxas elevadíssimas de perturbações na saúde mental, é incontornável, e isso precisa de ser aceite por nós: como povo, temos uma fragilidade que pode ter contornos genéticos e/ou contextuais. Ao aceitarmos que temos esta fragilidade não podemos resignar-nos e simplesmente deixarmo-nos ir. Precisamos de pôr em prática as estratégias que são veiculadas em diversas publicações e por vários autores. Precisamos de fazer isso também pelas gerações futuras, que são modeladas por nós. Para isso precisamos de ação e “não deixar para amanhã o que se podia fazer hoje”.
Sobre agir ou reagir:
Agir implica tomar a iniciativa, que por sua vez envolve adotar comportamentos de prevenção. Para agir temos de ter energia para o fazer. Caso nos deixemos andar, entraremos na situação de reagir ao que acontece, ou “correr atrás do prejuízo”.
O que é curioso é ver como uma coisa pode levar à outra: deixamos andar, aceitamos que nada podemos fazer, exercitamos pouco a assertividade, até acreditarmos que não há nada ao nosso alcance para mudar… E este ciclo em repetição mina a autoconfiança, entregamo-nos a um discurso autoreferente negativo que leva à depressão. Chegados à depressão, à falta de vitalidade, tudo parece ser um esforço gigantesco… ainda podemos mudar o nosso rumo, mas com esforço ainda maior.
Não deixe para amanhã a vida que pode viver hoje…a inércia sai cara.
“É p’ra amanhã
Bem podias fazer hoje
Porque amanhã sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar
Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que não faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual
É p’ra amanhã
Bem podias viver hoje
Porque amanhã quem sabe se vais cá estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo de quem diz que está p’ra durar
Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Então tu queres mas é tarde demais
É p’ra amanhã
Deixa lá não faças hoje
Porque amanhã tudo se há de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar
Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece tu não consegues gostar
E do que gostas já está preenchido
É p’ra amanhã
Bem podias fazer hoje
Porque amanhã sei que voltas a adiar
Ai tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar
É p’ra amanhã
Bem podias viver hoje
Porque amanhã quem sabe se vais cá estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que esta p’ra durar
É p’ra amanhã
Deixa lá não faças hoje
Porque amanhã tudo se há de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar”
Fonte: LyricFind
Compositor: António Variações