“Em minha casa, a mãe está sempre em dieta, o pai adora carne, o meu irmão diz que agora não come vegetais e eu sou ovovegetariana.” Se esta história podia ser a sua, não desespere! É possível aprender a gerir diferentes tipos de alimentação dentro do seu agregado familiar. Como? Explico tudo já de seguida.
“Cá em casa não comemos todos o mesmo. É mesmo possível gerir diferentes tipos de alimentação em família?” O mais comum, e o mais fácil, seria todos comermos o mesmo. Porém, se tal não acontecer também não devemos fazer disso um bicho de sete cabeças. É partir do princípio que somos todos diferentes e, por isso, cada um pode ser, e comer, aquilo que entender.
4 Dicas para gerir diferentes alimentações em família:
1. Não dispense a lista de compras
Para começar, faça sempre uma lista de compras, de forma a assegurar-se que inclui todos os alimentos que vai precisar para a semana. Não se esqueça de incluir os diferentes tipos de proteína animal e vegetal, como carne, peixe, ovos, tofu e seitan, por exemplo, que acaba por ser o que vos distingue na hora das refeições. Depois, no momento de preparar as refeições para todos, seja prático/(a)!
2. Aposte em refeições rápidas
Prefira refeições rápidas, que não requeiram “muita atenção”, como é o caso dos assados e estufados. Nestes casos, basta colocar todos os ingredientes num tabuleiro e levar ao forno ou colocar numa panela os ingredientes comuns a todos, e cozinhar o que for diferente à parte. Por exemplo: Legumes estufados com feijão encarnado e à parte, cozinhar uns bifes de peru, para o pai, por exemplo;
3. Privilegiar o que vos une
E se em vez de pensar no que os distingue, que tal pensar no que os une – o ovo! Há tantos pratos diferentes que se podem fazer com ovo – cozido, mexido, escalfado, estrelado, omeletes, quiches, muffins… É descomplicar e dar asas à imaginação! Um exemplo de um prato com ovo, rápido como se quer, poderá ser uma sopa fria de tomate com um ovo escalfado, tipicamente alentejano, fresco e delicioso, ou uma quiche de legumes sem massa, uma vez que, não podemos esquecer que “a mãe está de dieta” e diz que não come hidratos, então o acompanhamento de arroz ou massa faz-se à parte para os restantes membros da família;
4. Faça um planeamento das refeições da semana
De forma a facilitar ainda mais o seu trabalho semanal, pense nos menus que deseja para a sua família e passe as ideias da cabeça para o papel. O domingo, por exemplo, pode ser um bom dia para tratar destes assuntos.
“Então, e quando o mais novo se lembra que agora não come vegetais, o que fazer?”
Nestas situações, o melhor é não dar muita importância e insistir. Ele deve perceber que é importante incluir no prato esse grupo de alimentos . Os pais devem reforçar a sua importância lembrando em todas as refeições que um prato colorido tem mais vitaminas, fibras e minerais, importantes para nos “dar força”, reforçar o sistema imunitário, “evita que fiquemos doentes no Inverno”… E serem firmes, colocando sempre uma representação desses alimentos no prato. Não come tudo, come menos, mas come! Não desista porque está, com certeza, a fazer o que é melhor para ele.
3 Sugestões práticas de refeições para todos:
- Legumes estufados com ovos escalfados e arroz de coentros;
- Salada de rúcula, tomate cherry e figos com fusili + bife de vaca grelhado (para quem quiser comer carne nesse dia) + a opção de ovos cozidos (para os restantes);
- Um tabuleiro com lombo de porco assado no forno com ameixas + um tabuleiro com legumes variados, tofu e batatas aos cubos. Esta opção permite, por exemplo, a quem não gostar de tofu retirar os restantes alimentos para o prato e ao elemento vegetariano não ter de comer as batatas ensopadas no molho da carne.
Resumindo: é descomplicar e perceber que devemos fazer o possível por trazer harmonia à nossa casa, facilitando o nosso trabalho semanal e ao mesmo tempo respeitando os gostos, vontades e crenças de cada elemento da nossa família.