Envelhecer é um facto inevitável para qualquer ser vivo, já que as estruturas químicas mais básicas de que somos formados, as moléculas, alteram-se com o passar do tempo. Estas alterações podem ser mais rápidas ou mais lentas, mais ou menos visíveis, dependendo da exposição a fatores ambientais ou de outra natureza.
Um dos aspetos mais desejados de qualquer ser humano é poder viver longos anos e com a melhor qualidade de vida possível. De entre os aspetos que concorrem para a extensão da vida, e o não surgimento e/ou progressão de doenças, identificaram-se vários relacionados com o estilo de vida e hábitos de consumo de determinadas substâncias, bem como com fatores de origem genética.
O que acontece durante o processo de envelhecimento ?
Até à fase de crescimento da adolescência, o nosso organismo produz novos tecidos e desenvolve os nossos membros e órgãos de uma forma diferente e rápida. Com o aumento da idade, as células do nosso corpo vão morrendo e são substituídas a um ritmo cada vez mais lento. Envelhecer é um processo natural que está diretamente relacionado com a perda de funções, a mudança da resposta celular aos estímulos, a incapacidade de reparação e a predisposição do organismo para a doença.
Algumas das alterações mais frequentes e perceptíveis que ocorrem no nosso organismo durante este processo fisiológico é a presbiopia. Ou seja, quando o olho tem dificuldade em focar objetos mais próximos. Por isso é que, por volta dos 40 anos, para muitas pessoas é difícil ler sem usar óculos. A audição também se altera com a idade, sendo frequente a perda de capacidade para ouvir os sons mais agudos (hipoacusia).
Mudanças estéticas são também evidentes. Na maioria dos indivíduos, a proporção de gordura corporal aumenta mais de 30% com a idade. A sua distribuição também é variável. De facto, há menos gordura debaixo da pele e mais na zona abdominal, pelo que, consequentemente, a pele torna-se mais fina, enrugada e frágil, e a forma do corpo altera-se.
Aceitar o envelhecimento com um foco bem definido: manter a saúde!
Com o aumento do tempo de vida também diminuem naturalmente as funções dos nossos órgãos condicionando, inevitavelmente, a nossa qualidade de vida, saúde e bem-estar. No entanto, é difícil determinar quais são as alterações que se relacionam com o envelhecimento e quais as que dependem do estilo de vida que cada indivíduo levou.
Vários órgãos podem sofrer danos maiores do que os causados pelo envelhecimento, como no caso das pessoas que levam um estilo de vida sedentário, uma dieta inadequada, que fumam e abusam do álcool e, eventualmente, de drogas. As pessoas expostas a substâncias tóxicas podem experimentar uma quebra mais acentuada ou mais rápida em alguns órgãos, especialmente nos rins, nos pulmões e no fígado. Também as pessoas que trabalharam em ambientes ruidosos terão mais probabilidades de perder a capacidade auditiva.
Podem evitar-se algumas alterações ao adotar-se um estilo de vida mais saudável. Por exemplo, deixar de fumar em qualquer idade melhora o funcionamento dos pulmões e diminui as probabilidades de um cancro no pulmão, assim como a atividade física ajuda a manter em forma os músculos e os ossos.
O facto de tomarmos o envelhecimento como uma inevitabilidade não significa que não possamos agir sobre este.
Na realidade, a forma como cada um de nós escolhe viver a vida influencia, determinantemente, a degradação do nosso organismo, e assim o ritmo de envelhecimento.
Se cuidarmos mais de nós próprios, se estivermos atentos às particularidades do nosso organismo e soubermos como evitar que este adoeça, teremos, seguramente, mais hipóteses de tornar a vida mais extensa, e com melhor qualidade.
O segredo para permanecer mais tempo com um aspeto jovem não pode ser unicamente encontrado num comprimido milagroso. É, sim, uma sucessão de opções no que diz respeito ao que come, ao que dorme, ao que trabalha e que atividade física tem, entre outros fatores. Embora o processo de envelhecimento comece, com maior expressão, aos 35 anos, pois todas as pessoas começam a diminuir o nível das suas hormonas em circulação, ao ritmo de 1 a 3% ao ano. A partir dessa idade, a exigência de hormonas pelo organismo é superior à sua capacidade de as produzir.
É importante entender que as hormonas não diminuem porque envelhecemos, mas envelhecemos porque as hormonas diminuem.
Os sinais tendem a tornar-se mais visíveis na meia-idade, quando tanto homens como mulheres passam por alterações hormonais e emocionais que são mais evidentes no rosto e nas mãos. Nessa altura, as principais queixas são:
- Alteração do padrão do sono (insónias iniciais – dificuldade em adormecer ou em manter o sono);
- Falta de força de vontade para sair da cama;
- Diminuição da massa magra;
- Maior flacidez na pele;
- Ganho de gordura;
- Menos energia para as atividades quotidianas.
É que o organismo humano gere com particular sapiência as funções que possui e, por exemplo, se não forem exercitados os músculos, estes são substituídos por gordura; se não estimularmos a atividade mental, as faculdades intelectuais não se desenvolvem como antes; enfim, o ser humano é uma «máquina preguiçosa» que gere prioridades como nenhuma outra.
Envelhecer é não só assistir a uma transformação física, gradual, do corpo, mas também a uma alteração psíquica, que, quando menos bem assumida, torna mais sofrível o processo, porquanto a máxima Mens sana in corpore sano ― mente sã em corpo são ― é de particular sabedoria.
A medicina do antienvelhecimento permite detectar, diagnosticar e tratar precocemente as patologias que advém do envelhecimento fisiológico.
É uma medicina personalizada e individualizada, ou seja, tem em conta a história, caso e percurso de cada doente permitindo, assim, oferecer qualidade de vida aos pacientes. Assenta em 5 pilares: modulação hormonal, suplementação não hormonal, exercício físico, nutrição funcional e gestão do stress, estabelecendo um plano específico para cada doente. Este plano tem como objetivo o aperfeiçoamento de todo o processo hormonal, ou seja, ao melhoramento da formação, libertação, transporte, ação e metabolização hormonal.
No entanto, é crucial esclarecer que a pessoa equilibrada, do ponto de vista hormonal, também envelhece, mas a um ritmo controlado, o que irá permitir reduzir os danos de saúde.
