Como é que já estamos em Dezembro? Dei por mim a repetir esta pergunta, uma e outra vez. 2022 está a passar a voar. Parece que o relógio ganhou pernas de velocista e nunca mais o conseguimos apanhar.
Quando paro para fazer um balanço e tento identificar tudo o que já fiz e vivi este ano, percebo que não tenho uma noção correta. Preciso de consultar a agenda de cada mês para ter consciência das imensas vivências pessoais e profissionais. Sinto que saboreei pouco cada momento. Que podia tê-los aproveitado ainda mais e melhor.
Tenho a convicção que esta noção deturpada do tempo é um dos efeitos pós-COVID.
Não sou só eu que o digo. Muitas pessoas manifestam-me a mesma percepção.
Num ano em que no rescaldo da pandemia, acontece a terrível guerra na Ucrânia, afetando, primeiro e de forma irremediável, a vida deste povo e depois do mundo inteiro. Num ano em começamos a perceber que a nossa vida em 2023 será bastante desafiante, porque as questões energéticas têm um enorme impacto na economia a todos os níveis.
Há uma grande incerteza em relação ao futuro e, por isso, o melhor que podemos fazer agora é viver da melhor forma cada dia, cada momento.
Isso implica escolhas, como aliás tudo na vida. Se calhar, quando possível, é trabalhar menos e viver mais. É passar mais tempo com os nossos, com aqueles que mais amamos. É abraçar intensamente e passar sentimentos bons aos outros. É sorrir mais. É agradecer mais. É vibrar intensamente com o que nos faz felizes. É escolhermo-nos mais vezes. É dizer infinitamente: amo-te.
O ano 2022 está a passar a voar, como se quisesse fugir de nós, mas, até à última badalada de despedida do último dia deste mês de Dezembro, quero sentir que tudo valeu a pena.
Nota: Fotografia por Verónica Silva