Muitas mulheres não conseguem confirmar se já alcançaram o orgasmo e outras tantas afirmam que nunca o tiveram ou tiveram pouquíssimas vezes. O que se passa, afinal, que leva tantas mulheres afastadas do clímax do prazer sexual?
É sobretudo falta de literacia baseada em conhecimento médico-científico e na experiência pessoal. Quando se fala de sexualidade é, sobretudo, a partir da visão masculinizada do corpo e das respostas psicobiológicas masculinas, numa cultura que reprimiu a liberdade sexual das mulheres.
Vamos descobrir juntas como reduzir estas lacunas?
3 Passos essenciais para chegar ao orgasmo:
Estes passos levam a leitora a assumir uma relação com o seu prazer e a uma maior confiança para comunicar com a parceria, o que torna mais acessível momentos de maior prazer sexual.
1. Conhecer o próprio corpo
Estou a falar de anatomia íntima mas não só. É benéfico e auxiliador saber que as diferentes zonas do corpo produzem sensações diferentes, no espetro do prazer.
Com a ajuda de um espelho, primeiro ver a estrutura da genitália e a sua imagem e depois tocar as diferentes partes para descobrir que essas partes, perante os mesmos estímulos, respondem com sensações diferentes.
2. Descobrir a resposta sexual feminina
Descobrir o que é sentir um orgasmo é, claro, fundamental. Mas é, igualmente, importante perceber como o desencadear.
Tudo começa com o desejo. Seja porque a mulher acede à sua imaginação erótica, seja porque foca-se nas qualidades que a fazem sentir atração sexual pela sua parceria, ou porque hormonalmente está com a testosterona mais alta, o desejo desperta na cabeça e comunica com o corpo que responde com excitação.
A excitação traduz-se na irrigação sanguínea que faz com que os lábios da vulva inchem e a vagina lubrifique. Isto, por si só, já está a tornar o corpo mais sensível a estímulos e a facilitar a penetração. Geralmente, é uma fase ultrapassada ou acelerada e não devia porque é a que antecede o orgasmo, o qual, ao fim e ao cabo, é somente a libertação da energia acumulada. O corpo precisa de tempo suficiente para criar níveis mais intensos e duradouros de excitação que fazem aumentar a temperatura corporal, acelerar os batimentos cardíacos e a respiração, bem como intumescer os mamilos. Um estado de excitação elevado abre a porta com mais segurança a orgasmos mais intensos e profundos.
Finalmente, o orgasmo! Fisiologicamente, o clímax faz-se de contracções do útero e da vagina, acompanhadas por uma sensação prazerosa de libertação e leveza e, em alguns casos, de estremecimentos e espasmos corporais. Agora, a intensidade do prazer varia de mulher para mulher porque depende não só de quanta energia de desejo, excitação e prazer se acumulou, como também das circunstâncias em que acontece: nível de relaxamento e confiança da mulher, satisfação geral da mulher na relação com o parceiro, grau de conexão que estabelecem na intimidade, entre outras.
3. Não deixar o clítoris de fora
Estima-se que cerca de 70% das mulheres precisam de estimulação do clítoris para chegar ao clímax e não só da penetração vaginal.
Envolver o clítoris não deve ser visto como uma falha ou incapacidade de nenhum dos parceiros mas como uma coerência dada a anatomia feminina. Afinal, é o único órgão do corpo humano que existe para fazer sentir prazer. Pode estimulá-lo diretamente com a mão ou um artigo sexual ou indiretamente, através de uma posição que proporcione a estimulação mais acentuada.
E se ainda não for desta vez que chega lá?
Perceba se está a colocar pressão sobre si e/ou a parceria para chegar à meta do orgasmo. A relação sexual é verdadeiramente recompensadora quando encarada como uma viagem em que cada apeadeiro é para ser vivido e apreciado. Estou a falar de desfrutar de beijos, carícias, massagens e toda a dança da sedução que apetece fazer quando vemos a intimidade como uma conversa sem princípio nem fim!