Espero sinceramente que este seja um centro de boa vontade, aprendizagem e experiência que sejam partilhados de forma aberta, um lugar edificante pela beleza do seu design, um lugar para os Ismailis portugueses, claro, se encontrarem e praticarem a sua fé, e esperança, e esperamos que seja um testemunho duradouro do nosso compromisso com vista a um relacionamento longo e frutuoso com Portugal.”
Foram estas as palavras proferidas por Mawlana Hazar na inauguração do Centro Ismaili de Lisboa, no dia 18 de Dezembro de 1996.
A história deste Centro tem provado que este é muito mais do que um espaço de oração para a comunidade.
É um ponto de encontro entre pessoas de diversos contextos sociais e culturais, que tem como objetivo promover a criação de pontes entre várias comunidades. É um lugar de partilha de conhecimento e desenvolvimento intelectual, onde se celebram valores como o pluralismo.
São 27 anos de história que já falam por si, com muita obra feita, na área social, económica e artística.
Tenho uma relação de grande proximidade com alguns dos elementos da equipa deste Centro e, por isso, no ano passado, pedi para fazer uma visita ao espaço, de forma a conhecer e compreender a sua história e significado. Foi uma visita longa, porque o Centro assim o exige.


A arquitetura do espaço, a simbologia de cada escolha, a riqueza da experiência em si e a energia daquele local, fazem-nos querer permanecer. Ali sente-se paz e um enorme acolhimento.
Sou católica, como sabem, e foi muito bom sentir que estava em casa. A experiência foi tão bonita que pedi autorização para voltar mais tarde e fazer algumas fotografias aqui para o Simply Flow. E assim foi. Receberam-nos de braços abertos, gratos pela nossa escolha.


Recuso-me a aceitar que se confunda os trágicos acontecimentos de dia 28 de Março no Centro Ismaili com a ideia de que é um perigo construir pontes entre várias religiões e povos, como alguns, de forma dissimulada, procuram fazer crer. É uma ideia absurda, um voltar para trás na evolução do ser humano.
O Centro Ismaili é uma referência pelos valores humanos que pratica.
É uma casa de bem e de gente de bem. Que tenhamos, particularmente agora, a capacidade de sermos solidários com a Comunidade Ismaili, porque só fazendo este luto juntos poderemos continuar a avançar de mãos dadas.
Nota: Fotografias por Verónica Silva