Se nos últimos tempos te tens sentido desmotivada/o, sem energia, com pouca ou nenhuma vontade de acordar para trabalhar, com insónias, ataques de pânico, falhas de memória, níveis altos de ansiedade e irritabilidade, sem tempo para ti e para o que realmente te dá prazer na vida… convido-te a ler as próximas linhas.
Vivemos numa sociedade que nos pede sempre mais.
E é neste “mais” que vamos construindo a nossa identidade, as nossas crenças e fazendo escolhas. Quando chega o momento de entrarmos no mundo do trabalho, será que estamos assim tão preparados para o que muitos chamam “a vida real”? Será que tomamos decisões com base nos nossos objetivos ou nas nossas necessidades?
Há um medo crescente da escassez.
E o que é que isto quer dizer? Significa que muitas das nossas escolhas e ações ao longo da vida têm por base o medo, a prevenção. Queremos ter o máximo de controlo para garantir imprevistos, desilusões, perdas. É como se estivéssemos sempre à espera do pior e, por isso, a nossa mente criasse um “seguro contra todos os riscos”.
O dinheiro é, geralmente, o maior garante da segurança (e o que não pode falhar).
Afinal, sem ele, foi-nos dito que pouco ou nada pode ser feito. Os cursos que escolhemos, quantas vezes não têm por base “o que tem maior saída”? Pergunto-me: em que ponto da lista de prioridades fica “o que mais gostamos de fazer”?
Tudo isto é, muitas vezes, inconsciente. Entramos em piloto automático e só quando vemos o sinal vermelho é que somos obrigados a parar. Verdade seja dita que antes do sinal vermelho, já devemos ter visto o amarelo. Os alertas existem.
O que nos leva, então, a pontos de rotura ou esgotamento?
Para além do medo da escassez, temos de olhar para outros fatores. É preciso trilhar o caminho do autoconhecimento para os descobrir.
É preciso entender o que nos leva a ter dificuldade em colocar limites e dizer “não”, “chega”, “para mim está a ser demasiado”, “a esta hora não respondo”, “amanhã também é dia”. Mais facilmente sentimos culpa ou medo de perder um emprego ou um cliente se o fizermos, certo?
Muitas vezes, “mais é menos”. O burnout vem obrigar-nos a parar e observar que há muito tempo nos esquecemos de nós, do que nos dá prazer e alimenta a alma, do que nos enche as baterias e nos dá alegria… além do trabalho. Sim, é importante referir que o burnout não é uma realidade apenas dos que trabalham em excesso para dar resposta às indicações de um outro alguém (que muitas vezes não se identificam) para garantir o seu posto de trabalho. O burnout acontece também a quem segue o seu propósito e ama o que faz. Talvez ainda aconteça mais facilmente a essas pessoas, porque, afinal, foi também incutida a crença de que “quem corre por gosto, não cansa”.
Burnout: o sinal de que algo precisa de mudar, não à tua volta, mas dentro de ti
Esta é uma realidade cada vez mais presente, tornando-se urgente falar sobre ela, desconstruindo crenças e limitações para que seja possível viver em equilíbrio, com mais felicidade e, acima de tudo, saúde e bem-estar.
Se te identificaste em algum momento deste texto, então está na altura de refletires sobre o que precisa de mudar ou partilhares este artigo com quem te veio à cabeça.